PT enganou emissoras por email, diz rádio

A equipe da campanha do PT enviou emails para as rádios do Norte e Nordeste mentindo sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que suspendera um direto de resposta ao ex-presidiário Luiz Inácio Lula. Esta é a explicação de várias rádios flagradas veiculando mais inserções de Lula do que deveriam.

No dia 20, a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE, suspendeu a decisão escandalosa que tirava 164 inserções de Bolsonaro e dava a Lula. Com isso, os mapas de inserções continuariam como estavam, com 25 comerciais para cada candidato. Porém, segundo as rádios, o PT avisou que deveriam colocar o direito de resposta no ar.

“Esse veto (a suspensão) é referente a TV, e não a rádio”, dizia o email enviado às emissoras. A rádio Morena FM, de Itabuna, estava bem informada sobre a suspensão e ignorou a malandragem do PT. Outras emissoras não sabiam da suspensão e acreditaram na mensagem petista.

"Esse truque configura um evidente desrespeito à decisão da magistrada, que teria de prevalecer até sábado 22, quando o plenário do TSE formou maioria e restabeleceu o direito de resposta apenas ao petista," observou a Revista Oeste em reportagem sobre o escândalo.

“O PT ‘bombardeou’ as rádios com as inserções do direito de resposta ao ex-presidente”, conta o radialista Washington Rodrigues, da Rádio Clube Vitória da Conquista (BA). “Isso persistiu até sexta-feira 21. As rádios foram induzidas ao erro e publicaram o material.”

A Oeste conta que Rodrigues reuniu as inserções divulgadas, assim como as trocas de e-mails com a campanha petista, e enviou o material ao Ministério Público. “Mostrei a tentativa da campanha do PT de induzir as rádios ao erro. E conseguiram. As emissoras veicularam as inserções do direito de resposta concedido ao petista.”

“Acredito que houve um conluio para colocar menos inserções da campanha de Bolsonaro e mais na campanha de Lula. Não há como as rádios errarem nesse aspecto.” Rodrigues disse que o PT enviava o material desde o início do segundo turno, mas o de Bolsonaro era baixado do site do TSE.

Algumas emissoras alegaram que as inserções de Bolsonaro "a menos" podem não ter sido detectadas pela empresa devido a falhas na transmissão online, já que é dela que o monitoramento é feito. A alegação é possível. Mas é impossível justificar a grande quantidade de inserções a mais para Lula, chegando a 70 num dia.

O advogado Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral, disse à Oeste que o PT pode ter violado o parágrafo terceiro da resolução 72 do TSE. Isso permite à campanha de Bolsonaro solicitar que a Corte exclua o PT da propaganda eleitoral gratuita.

"A lei afirma que a reiteração de conduta que já tenha sido punida pela Justiça Eleitoral poderá ensejar a suspensão da participação do partido político, da Federação ou da coligação no programa eleitoral gratuito”, explica o especialista.

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