Delegados acionam Alexandre por abuso

Um grupo de 131 delegados aposentados da Polícia Federal protocolou uma notícia-crime contra Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o delegado Fábio Alvarez Shor, da Diretoria de Inteligência da PF, por abuso de autoridade. O documento foi entregue ao Ministério Público Federal há cinco dias.

Os delegados pedem a abertura de um inquérito para apurar irregularidades durante a operação da PF contra oito empresários pró-governo, autorizada por Moraes, em virtude de um suposto "golpe de Estado" pelo WhatsApp.

“São inacreditáveis as fundamentações dos argumentos do ministro Alexandre de Moraes para enquadrar os oito empresários como sendo líderes de organização criminosa. Há nítido caráter político-partidário nas ações de Moraes. Solicitamos providências cabíveis, em face da possível suspeição do ministro para o exercício de suas funções na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, por lhe faltar a imparcialidade necessária.”

Os delegados citam o viés político da operação. “Parte das mencionadas medidas teriam sido solicitadas pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede), coordenador da campanha do candidato Lula à Presidência da República, e outros representantes de um dos espectros do embate político”.

O grupo pede ainda a anulação da investigação contra os empresários. Ele lembra que o delegado Fábio Shornão poderia ignorar que os investigados não possuem foro privilegiado. “Existe algum motivo especial para a autoridade policial ficar indiferente a esses conhecimentos?”.

As atitudes antidemocráticas de Moraes já chama a atenção no exterior, onde ele foi alvo de um editorial do jornal New York Times desta segunda. Ele destacou o desequilíbrio de Poderes no Brasil, o aumento do poder do STF decretado por ele mesmo e sua "potencial ameaça à democracia brasileira".

“Muitos juristas dizem que as demonstrações de força de Moraes, sob a bandeira de salvar a democracia, está ameaçando empurrar o país para uma queda antidemocrática. Em muitos casos, Moraes agiu unilateralmente, encorajado por novos poderes que o tribunal concedeu a si mesmo em 2019 que lhe permitem, de fato, atuar como investigador, promotor e juiz ao mesmo tempo em alguns casos”. Com Revista Oeste

18:59  |  


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