Varíola "não pega" em contato casual

Dois renomados cientistas dos Estados Unidos, Anthony Fauci e Clifford Lane, publicaram um estudo na revista científica The New England Journal of Medicine sobre a varíola dos macacos. Eles lembram que a doença não é nova, existe há muitos anos, tem vacina e tratamento.

Os cientistas afirmam que as evidências do surto atual mostram que a monkeypox não é transmitida por contato casual, mesmo se ele for prolongado. O contágio se dá pelo contato direto com a lesão na pele, "Até agora, há muito pouca evidência de disseminação domiciliar de qualquer forma de varíola, exceto entre os cuidadores".

"Isso sugere que essa infecção não é transmitida por contato casual e provavelmente requer exposição prolongada ou repetida a lesões de transmissão de vírus", afirmam. Eles dizem que a monkeypox é bem diferente de outras doenças, inclusive HIV/Aids, que quando surgiu se concentrava em homens gays e bissexuais.

O mesmo vem acontecendo com esta varíola, mas ela já se espalhe em outros grupos. "No caso da Aids, o agente etiológico era desconhecido e não havia contramedidas específicas eficazes. Hoje, conhecemos a causa e temos terapias eficazes; no entanto, levou anos para chegar a esse ponto e ainda não temos uma vacina".

"No caso da Covid-19, rapidamente identificamos o agente etiológico; no entanto, não dispúnhamos de contramedidas eficazes. Hoje, temos diagnósticos, vacinas e terapias eficazes, após aproximadamente um ano de intensa pesquisa e desenvolvimento".

Anthony Fauci é chefe do NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas) e conselheiro da Casa Branca. Já H. Clifford Lane é diretor clínico e diretor adjunto de pesquisa clínica e projetos especiais do mesmo instituto. Os dois são amplamente respeitados no meio científico.

A monkeypox já tinha sido objeto de uma nota emitida pelo CDC, Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos no início do mês, na qual comentava que é muito baixo o risco de alguém se infectar durante um contato esporádico, incluindo no transporte público.

Segundo o CDC, "até 15 de julho a transmissão durante interações rápidas (como uma breve conversa), entre pessoas próximas e de longa duração (como passageiros sentados perto de uma pessoa com varíola do macaco em um avião) ou durante visita a serviços médicos, não foi relatada por nenhum paciente infectado". Com R7

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