TSE quer tirar Bolsonaro das eleições

Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já falam abertamente, ainda que apenas para o chamado “público interno”, sobre a tendência de negar registro à candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição. Um ex-ministro que integrou o TSE há poucos anos confirmou à coluna Cláudio Humnerto essa expectativa.

Disse inclusive ter ouvido de um veterano funcionário, conhecido pela isenção profissional, que Alexandre de Moraes, vice-presidente, nem mesmo pede reserva quando cita a possibilidade.

Terá que ser escandaloso, porque o presidente não cometeu nenhum dos crimes que levam à inelegibilidade e, mesmo que cometesse, só ficaria inelegíval depois de decisão transitada e julgada, passando por todas as atapes da Justiça e dos recursos. O processo precisaria ser escandalosamente rápido e recheado de atalhos.

A lei prevê, para a negaçẽo do registro, a desaprovação de contas por ato insanável, mandato cassado por crime, direitos políticos suspensos pela Justiça, condenação em segundo grau, abuso do poder econômico ou político, uso indevido dos meios de comunicação. Mas tudo teria que estar transitado e julgado até outubro.

A falta de registro impede que dispute a eleição o candidato escolhido na convenção do próprio partido. Nome e número nem aparecem na urna. Ciente desse risco, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez gesto de simpatia visitando o ministro Edson Fachin. Não alterou o clima.

Nas conversas de cafezinho, consideram que o apoio da oposição e da imprensa serão mais fortes que a reação imprevisível dos bolsonaristas. Intriga a insegurança de quem articula o impedimento da candidatura do presidente: afinal, a julgar pelas pesquisas, não há perigo de sua vitória.

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