Debate tem Roma seguro, Souza nervoso

O primeiro debate entre os candidatos a governador da Bahia foi morno, mas mostrou os temas que cada um pretende usar na campanha. Um destaque foi a ausência de ACM Neto, chamado de fujão pelos debatedores João Roma do PL, Jerônimo Souza do PT e Kleber Rosa, do Psol.

A reação não ficou só no debate. Todas as postagens feitas por Neto nesta segunda, no Twitter, receberam críticas pela fuga nos comentários. Num post, ele pergunra "E aí: quem é o candidato mais preparado para governar a Bahia?" A resposta de um internauta foi "quem apareceu no debate".

Mediado pela itabunense Carolina Rosa, o debate mostrou um Jerônimo inseguro, nervoso, que não conseguia responder às perguntas e, quando atacava, falhava por usar mentiras facilmente desmentidas, como a de que Bolsonaro acabou com o Bolsa Família, que na verdade mudou de nome, foi ampliado em valores (de R$ 139 para R$ 600) e quantidade pessoas beneficiadas (de 12 milhões para 18 milhões).

O sul da Bahia apareceu duas vezes no debate. A primeira quando João Roma criticou as promessas vazias do governo do estado na época da enchente em Itabuna. Ele lembrou que o governador petista Rui Costa (PT) anunciou a construção urgente de 1.100 casas para os desabrigados, mas não fez nenhuma.

Na resposta, Souza alegou que dependia da prefeitura liberar um terreno, porém o governo Bolsonaro já liberou a verba para construir 700 casas, que devem ser iniciadas ainda neste mês. Roma também falou da promessa de duplicação da BR-415 feita por Rui Costa, que chegou a assinar uma ordem de serviço falsa em 2017.

Ao invés de duplicar a estrada, o estado começou a construir outra na margem oposta do Rio Cachoeira, que não liga Itabuna a Ilhéus, parando no Banco da Vitória. Roma destacou que Bolsonaro está duplicando a BR-415 e que a outra rodovia é um “desperdício de verba pública”.

Souza criticou a duplicação da 415 e disse que ela coloca em risco a vida de pedestres e ciclistas, sem explicar por que. Outro tema foi a rivalidade entre o União Brasil, de ACM Neto, e o PT. Para o ex-ministro Roma, é “uma farsa", depois que o presidente do UB, Luciano Bivar, anunciou apoio a Lula.

Souza pediu para Roma dizer "uma única obra" da Prefeitura na capital. Roma poderia ter citado o Centro de Convenções Salvador, que substituiu o do estado, fechado e em ruínas depois de abandonado pelas duas gestões do PT. Ou a revitalização da orla na Barra e Rio Vermelho, entre outras.

Mas preferiu dizer que a pergunta devia ser feita ao candidato fujão ACM Neto. Sem condições de criticar a gestão de Roma como ministro, o candidato do PT passou o debate atacando a da Prefeitura de Salvador e ainda caiu na armadilha de culpar Bolsonaro pelo aumento da violência na Bahia, "pelo incentivo à posse de arma".

O problema é que a violência só cresceu na Bahia, que é recordista de homicídios no país, com quase o dobro do segundo colocado. Ela diminuiu em todo o país, em mais de 22%, desde a posse de Bolsonaro. Nesse embate entre os dois, Kleber Rosa acabou optando por bater tanto no PT quando no presidente.

Ele poderia ter se destacado, se não insistisse no discurso antigo da extrema esquerda, de chamar os adversários de racistas, genocidas, homofóbicos e inimigos das minorias, sem qualquer lastro na realidade. É o mesmo discurso desde a época em que Fernando Collor era presidente.

Rosa ainda acusou Bolsonaro de "acabar" com o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, dois programas de governo que mudaram de nome, tiveram os valores multiplicados e atendem hoje mais pessoas que nas versões anteriores. Só na Bahia são 2,3 milhões de famílias recebendo o Auxílio Brasil.

Um tema importante, que poderia ter sido mais debatido foi a saúde. Para João Roma, a questão vai muito além da ‘regulação da morte’. "O que ocorre aqui na Bahia é que o governador acha que a saúde pública se dá com parede de policlínica que ele inaugura dez vezes".

18:08  |  


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