Vice rompe com prefeito de Itabuna

O vice-prefeito de Itabuna, Enderson Guinho, divulgou uma "carta aberta à população" para anunciar rompimento com a gestão de Augusto Castro, depois de 19 meses. Ele começa falando de sua experiência na Câmara Municipal, onde manteve "posições centradas e apoiei boas ideias".

A decisão de se unir a Augusto para concorrer à Prefeitura se deu para mudar o cenário político de Itabuna, tendo um gestor que nunca havia passado pela cadeira de prefeito. Porém, Guinho diz que depois das eleições, as coisas ficaram diferentes na postura do companheiro com ele.

"Desde o início da gestão, não era mais convidado para reuniões, não era mais chamado para pontuações, opiniões e tudo isso passou a me deixar frustrado, pois sempre tive boas ideias. Pior ainda, como Augusto normalmente está indisponível, passei a ser o 'ouvido' para críticas e reclamações de decisões dele".

Guinho lembra que sempre foi contra o desmembramento da Prefeitura, pagando aluguéis caros, mas viu a prática continuar, gerando um gasto de quase R$ 1milhão por ano. O argumento seria a reforma do prédio da Prefeitura, porém ela nunca foi iniciada.

"Cobrei diversas vezes o prefeito sobre ações que melhorariam a vida do nosso povo nas diversas áreas, como saúde, educação, infraestrutura, saneamento básico e transporte. Também lutei pela minha real participação nas decisões do governo, mas não fui atendido nem mesmo por alguns secretários".

O vice-prefeito diz que não queria assumir a secretaria de Esportes, pelo orçamento pequeno, mas considera que conseguiu realizar muitas coisas graças ao comprometimento da equipe. Aí aconteceu a enchente de dezembro, quando ele passou a se dedicar inteiramente no apoio aos desabrigados.

Guinho diz que, ao representar o prefeito, que estava fora nos primeiros dias da tragédia, mexeu com "alguém que se preocupava mais com o próprio ego do que com a situação causada pela catástrofe. De maneira ridícula, Augusto preferiu dirigir suas energias no sentido de me destratar diante da comunidade".

"Escutar palavras que feriram a minha alma ao mesmo tempo que me fizeram perceber, de verdade, quem é o Sr. Augusto Castro". Ele diz que pensou em romper naquele momento mas, temendo que isso atrapalhasse o socorro às vítimas, "decidi que o melhor seria esfriar a cabeça e me manter firme".

"Após o período de maior caos, ele se comprometeu em mudar, colocando-me inclusive em condições de participar mais das discussões. Passado sete meses, além de o Prefeito mais uma vez não cumprir com sua palavra, é visível que as prioridades dele continuam sendo distantes do que o povo espera".

"Sendo aliado político do Governador, o prefeito prometeu junto ao estado, a construção de 1.100 casas que seriam construídas em 2022, mas até o momento nem terreno nós temos ainda. Isso sem falar que, comparado ao município de Ilhéus, Itabuna foi praticamente desassistida pelo Governador".

"Não posso permitir, que as pessoas sigam decepcionadas comigo, achando que faço parte ativamente deste governo municipal. É por tudo isso que, neste momento, também afirmo que há um rompimento sim, mas este rompimento não é meu. É um rompimento do Prefeito para com o nosso Plano de Governo".

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