Moraes censura ligação do PT e PCC

O ministro do STF Alexandre de Moraes proibiu postagens na internet sobre a ligação do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel a Lula, e qualquer associação entre o PT e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele acatou um pedido dos petistas como presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Moraes, que já censurou e mandou tirar do ar perfis, canais e blogs de jornalistas, também ordenou que todas as menções a uma fala do ex-presidiário Lula comparando a população pobre a papel higiênico, que seria útil sá nas eleições e depois poderia ser jogada fora.

O ministro também mandou deletar postagens que associaam o PT ao nazismo e ao fascismo, apesar de o partido usar os mesmos termos contra o presidente da República sem nunca ter sido sequer advertido. Uma dúvida é se o site da revista Veja também será tirado do ar.

Foi dela a reportagem sobre o depoimento do ex-operados do mensalão do PT, Marcos Valério, relatando as ligações do partido com o PCC, lavagem de dinheiro do crime e a participação da cúpula petista no assassinato de Celso Daniel, cuja viúva nunca conseguiu audiência com Lula quando presidente.

A decisão de Moraes sobre o caso Celso Daniel cita 16 perfis online de parlamentares e apoiadores, entre eles o senador Flávio Bolsonaro e a deputada federal Carla Zambelli. Para Alexandre de Moraes, todas as afirmações são mentirosas, mesmo baseadas no depoimento à Polícia Federal de um integrante do esquema.

“As mentiras objetivam, de maneira fraudulenta, persuadir o eleitorado a acreditar que um dos pré-candidatos e seu partido, além de ter participado da morte do ex-prefeito Celso Daniel, possuem ligação com o crime organizado, o fascismo e o nazismo, tendo ainda igualado a população mais desafortunada ao papel higiênico”.

Moraes vai aplicar multa de R$ 10 mil por dia de conteúdo no ar e de R$ 15 mil em caso de novas publicações. Na decisão ele não cita a Veja, fonte em que a maioria das postagens se baseou. Ela noticiou o depoimento de Marcos Valério, condenado a 37 anos por participar da corrupção petista.

O publicitário afirmou que o PT manteve relações estreitas com o PCC, revelou que Ronan Maria Pinto, empresário de transportes, chantageava o então presidente Lula para não revelar a existência de um esquema de propinas para financiar os petistas. E que Celso Daniel ia divulgar um dossié sobre todo o esquema.

A deputada Carla Zambelli ironizou. "Infelizmente estou proibida de publicar a verdade, delações homologadas pelo STF. Me perdoe @alexandre, achei que delacoes públicas pudessem ser comentadas", postou nesta segunda. Ela acrescentou que os relatos "não passam de uma ilusão das nossas cabeças".

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