Mineral baiano precisa de ferrovias

A mineração é o setor que mais depende do transporte ferroviário, devido às características operacionais da movimentação de cargas, mas na Bahia ele não tem esse suporte. Por isso, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) vai fazer um estudo do cenário atual do transporte de carga ferroviário baiano.

Depois, a ideia é apresentar um projeto para destravar a logística, que prejudica o desenvolvimento econômico do estado. O “Estudo de oportunidades em infraestrutura ferroviária no Estado da Bahia” será realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC).

“Há algum tempo, nós estamos alertando aos setores públicos e privados sobre a necessidade de criação de um sistema de transporte de carga ferroviário, sobre os inúmeros prejuízos para o estado pela falta do trem. Agora, nós teremos um diagnóstico extremamente especializado”, diz Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM.

Os resultados da mineração colocam a Bahia entre os principais produtores do Brasil. Mas o escoamento do que é produzido é prejudicado pela falta de uma malha ferroviária com rotas estratégicas. A produção mineral baiana cresceu mais de 68% em comparação com o ano passado, de R$ 949 milhões para R$ 1,6 bilhão.

Os especialistas acreditam que os números poderiam ser ainda maiores se o estado tivesse um transporte de cargas ferroviário moderno e ampliado. “A situação atual da ferrovia no estado da Bahia não permite a inserção competitiva da economia baiana nos mercados nacionais e internacionais".

"A Ferrovia Centro-Atlântica não atende à prestação de serviços com os padrões de capacidade, qualidade e competitividade requeridas pelo mercado. A dependência do transporte rodoviário compromete a competitividade logística”, destaca o economista Bernardo Figueiredo, ex-diretor da ANTT.

O especialista lembra que a Bahia possui uma infraestrutura portuária com padrões considerados elevados pelo mercado e que pode ampliar sua área de influência se contar com acessos ferroviários que conectem as regiões de produção aos portos públicos de Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus, além dos 7 Terminais de Uso Privado.

“Os polos de desenvolvimento econômicos estaduais, com grande potencial de expansão, precisam de se conectar eficientemente à malha ferroviária que atende às outras regiões do país e acessar de forma competitiva os portos baianos".

"A competitividade logística da economia baiana está estritamente ligada à disponibilidade de serviços de transporte ferroviário de cargas adequados para atender suas necessidades, para isso, é essencial promover a reabilitação e modernização das ferrovias existentes e a construção de novos trechos ferroviários”, alerta Figueiredo.

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