Festival resgata o forró tradicional

Depois de festas "juninas" oficiais que desprezaram o gênero tradicional da festa, o Festival de Forró Tradicional da Bahia compensa promovendo, na sexta, 15, às 19h30, no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, um resgate à cultura musical tradicional da Bahia e exaltando a importância dos forrozeiros de todo o estado.

Com entrada gratuita, o evento, produzido pela Associação Asa Branca dos Forrozeiros da Bahia, propõe preservar a tradição do forró e possibilitar o intercâmbio da musicalidade e da cultura nordestina com o público. O projeto tem o objetivo de gerar renda para músicos, cantores e produtores do forró tradicional.

Ele também visa fomentar o turismo, como segmento importante da economia do estado, e fortalecer a imagem da Bahia como destino turístico, explica a presidente da associação, Marizete Nascimento. “A Asa Branca existe para unir forças aos forrozeiros da Bahia na luta pela manutenção do forró tradicional".

A programação contará com apresentações de Zé Costa, Neto de Procópio e Orquestra Sinfônica de Forró. O festival serve de contraponto à destruição da tradição junina pelo governador Rui Costa e os prefeitos, que quase não incluíram forrozeiros nas festas de "São João" e "São Pedro", lotadas de arrocha, funk e sertanejo.

O CEO da rádio Morena FM, de Itabuna, responsável pela valorização do forró fora de junho, nos anos 90, Marcel Leal, afirma que é preciso resistir. "A quase total ausência do forró nas festas 'juninas' oficiais está tirando do forrozeiro sua época cativa de trabalho, da Bahia sua tradição mais forte e do povo, uma herança inestimável".

A rádio, que todo ano promove o Xamego da Morena com 140h só de forró legítimo, xote, xaxado e baião, divididas entre São João e São Pedro, alerta que hoje existem falsificações absurdas, como arrocha e sertanejo se dizendo forró porque incluíram uma sanfona, como Aviões do Forró. "Isso não é, nunca fui, nem será forró".

O forró, como estilo musical, é popularmente relacionado ao xote, xaxado e o baião, que possuem como base instrumental sanfona, triângulo e zabumba. Em 2021, foi reconhecido como patrimônio imaterial pelo Iphan, mas nem isso impediu a invasão das festas juninas oficiais por ritmos como axé e funk, bancados pelo estado.

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