Virologista explica 'rebaixo' da Covid

O Ministério da Saúde deve rebaixar a Covid-19 de pandemia para endemia em breve. A primeira é quando uma doença afeta todo o planeta de forma grave. A segunda é para quando uma doença se torna recorrente em um país, como hoje é a dengue ou o herpes, por exemplo.

São doenças que possuem uma resposta efetiva por parte da rede de saúde. A Covid começou como um surto e virou epidemia na China e alguns países da Europa, passando a se tornar pandemia quando atingiu níveis mundiais, afetando um grande número de pessoas.

Segundo a virologista Andréa Gusmão, professora na Ufba e na UniFTC, tornar uma doença endêmica não significa apenas notícias boas. Algumas doenças endêmicas possuem alto grau de contágio e de mortes, como a tuberculose, a aids e a malária. Só esta última tem 240 milhões de casos e 640 mil mortes por ano.

Com a mudança para endemia, a Covid-19 deixa de ser tratada como uma emergência de saúde pública, retirando várias obrigações impostas para conter o avanço do vírus, como uso de máscaras, proibição de aglomerações, exigência do passaporte vacinal e exames médicos compulsórios.

"As doenças endêmicas têm um perfil conhecido, o país consegue monitorar o que vai acontecer e saber qual região será afetada usando dados epidemiológicos. É isso que se espera que aconteça com a Covid-19 nos próximos meses, que se torne uma endemia".

“É preciso lembrar que a população vai ter sempre que colaborar. Nós teremos a vigilância epidemiológica lançando as medidas de controle quando houver aumento de casos em uma região ou população específica. Além disso, vamos vacinar e nos prevenir da Covid-19, porque a pandemia ainda está acontecendo”.

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