As mulheres do NE estão insatisfeitas

Mulheres do Nordeste estão insatisfeitas com sua posição na sociedade, segundo uma pesquisa feita exclusivamente com mulheres pelo Observatório Febraban. A brasileira está muito insatisfeita com a forma como as mulheres são tratadas na sociedade brasileira, mas na região Nordeste essa queixa é ainda maior.

A pesquisa mostra que 80% se dizem insatisfeitas ou muito insatisfeitas. No Nordeste, esse percentual atinge 85%. A violência e o assédio, o feminicídio, a desigualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres são os principais pontos destacados.

Um dado que chama a atenção é que as mulheres do Nordeste são as que menos concordam com a afirmação de que a desigualdade entre gêneros diminuiu nos últimos dez anos (54% contra 56% da média nacional). No Nordeste, 21% consideraram que não houve alteração e 22% que piorou.

Para 69%, as mulheres não têm direitos iguais ao dos homens, nem remuneração equivalente (79%). Quanto às oportunidades de educação, 38% disseram que elas não são iguais. Com relação à liberdade sexual, 71% acham que ela não é igual à do sexo masculino.

Pontos críticos

Questionadas sobre as suas principais preocupações, as entrevistadas citam em destaque (como primeira resposta) a violência e o assédio contra a mulher (44%). Entre os principais motivos para os crimes violentos, apontam o machismo (29%), o ciúme (20%) e a impunidade (20%).

As situações mais comuns de preconceito ou discriminação que elas viveram ou presenciaram aconteceram no trabalho (39%), escola ou universidade (41%), festas ou locais de entretenimento (57%), na rua (73%) ou no transporte público (56%).

Ao ser indagadas onde mais ocorrem situações de violência contra a mulher, 75% afirmaram que acontecem em casa. Entre as que já sofreram ou tomaram conhecimento de violência, 58% disseram que o agressor foi uma pessoa conhecida. Em 80% dos casos, foi o companheiro ou namorado.

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