Turismo queria um orçamento maior

O orçamento para o turismo em 2022 deve ficar aquém do necessário para apoiar políticas públicas importantes de retomada do setor. A avaliação é do ministro Gilson Machado Neto, que fez um balanço do ano e discutiu perspectivas para o próximo com jornalistas.

“Estamos em uma pandemia. Sempre fica abaixo do que a gente precisa. Espero que o orçamento venha sem cortes”. O Congresso Nacional ainda não aprovou o orçamento de 2022. Nesta quarta, o projeto de lei orçamentária (PLO) foi votado na Comissão Especial do Parlamento e em seguida o caminho será a apreciação no Plenário.

No relatório final do projeto de lei orçamentária, relatado pelo deputado Hugo Leal (PSD/RJ), estão previstos R$ 674,6 milhões para a sub-função Turismo. No total, foram reservados R$ 2,59 bilhões para o Ministério do Turismo, sendo R$ 699,3 milhões para pagamento de pessoal.

Outros R$ 606 milhões serão para outras despesas correntes, R$ 240 milhões para investimentos, R$ 300 milhões para inversões financeiras e R$ 751 milhões para reserva de contingência. Segundo Machado, são necessários mais recursos, sobretudo para a ampliar a infraestrutura de turismo, como rampas de acesso para o turismo náutico.

Para ele, o turismo brasileiro está “se recuperando como nenhum outro da América Latina. Você não consegue mais vaga em hotel nenhum. No Rio de Janeiro, estão todos ocupados. A gente vê o setor de cruzeiros voltando e companhias aéreas voltando com grande força. O de eventos é quem ainda está sofrendo com a pandemia”.

Diante de fatores que dificultam as viagens internacionais, como restrições da pandemia e a cotação de moedas estrangeiras, o intuito do ministério é estimular o turismo interno. Antes da pandemia, cerca de 10 milhões de brasileiros faziam turismo internacional por ano, enquanto o país recebia apenas cerca de 6 milhões de estrangeiros.

Muitas pessoas estão buscando destinos dentro do país. “O turista brasileiro está viajando no Brasil e está redescobrindo o país das pousadas do Nordeste, do vinho da Serra Gaúcha, dos barcos hotéis da Amazônia e do Pantanal, dos resorts de grande qualidade”, disse Machado.

Um obstáculo para o crescimento do turismo interno ainda são os altos preços das passagens de avião. “É caro viajar no Brasil. O preço da passagem é das mais caras do mundo. Temos que lutar para que tenha mais concorrência no setor. É preciso fazer apelo para que governadores reduzam o ICMS”.

O ministro citou gargalos que contribuem para os preços altos, especialmente o valor dos combustíveis. Enquanto em outros países o peso dessa despesa varia entre 12% e 14% no custo das viagens, no Brasil é de cerca de 30%. Machado citou como ação do governo a mudança das exigências do combustível utilizado, o que barateou o insumo.

Machado afirmou que fatores como o preço dos combustíveis fazem com que o país não tenha um ambiente propício de negócios para as companhias aéreas. Ele citou como exemplo a suspensão dos voos da Ita e lembrou que outras linhas aéreas já encerraram atividades, como Varig e Vasp.

Machado pontuou que a Itapemirim já atuava no setor de transporte e a expectativa era que ela possuía “solidez”. Contudo, a firma prejudicou mais de 45 mil pessoas neste fim de ano com o cancelamento de todos os voos. Com Abr.

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