Costa se irrita com fala de João Roma

O governador Rui Costa (PT) acusou o golpe e acabou respondendo a uma fala do ministro da Cidadania, João Roma, que pode ser candidato em 2022 ao cargo do petista. Roma declarou que a vacina que vem sendo aplicada nos baianos é a que está sendo enviada pelo governo federal.

“A vacina que está chegando no braço do brasileiro, no braço do baiano – que fica feliz com a sua chegada aqui -, não é nenhuma vacina que veio da Rússia. O que está no braço dos baianos é justamente a vacina que está sendo enviada pelo governo federal".

"Temos sim, nesse momento, mostrado a importância de todos esses pontos, avançar em conjunto, não partidarizando o tema, não buscando fazer propaganda e brincando com a situação de muita necessidade que a nossa população vive, mas sim buscando cada vez mais melhorar a vida da nossa população”, completou Roma.

Irritado, Rui comentou a fala de Roma numa entrevista nesta terça-feira. “A Pfizer ofereceu ao governo em setembro a vacina. Por que ofereceu em setembro? Porque a Pfizer ofereceu primeiro aos países onde ela fez testes. O Brasil foi um deles. Nós testamos a Pfizer aqui na Bahia e infelizmente o governo se negou a comprar".

O governador omite que a Pfizer não tinha vacinas para entregar antes de dezembro e que fez exigências que precisaram ser autorizadas por uma lei aprovada no Congresso somente no final de 2020. O primeiro contrato de intenção de compras de vacinas foi assinado em maio pelo Governo Federal, para entrega em janeiro.

Rui continou, citando a fracassada compra da vacina russa Sputinik. "Além de ter se negado a comprar, o governo impediu que os estados e municípios conseguissem ter acesso a outras vacinas como a Sputnik”. Na verdade, a compra foi liberada pelo STF e o Consórcio Nordeste anunciou a importação de 8 milhões de doses.

Porém, o laboratório não teve interesse em vender para o Consórcio Nordeste e a venda não aconteceu. Não houve nenhum tipo de impedimento por parte do Governo Federal e a ação do CN foi contra a Anvisa, que não aprovara a vacina por falta de dados que comprovassem sua segurança.

"Eu não servirei de muleta para ele se projetar na política da Bahia", afirmou Rui Costa, depois de passar boa parte da entrevista falando justamente do ministro.

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