Venda de livros disparou neste ano

A pandemia de covid-19 fez com que a população passasse por experiências de isolamento e distanciamento social. Para muitas pessoas, os grandes companheiros durante estes momentos foram os livros. As livrarias, que tiveram que fechar no início da emergência sanitária, foram altamente afetadas pela impossibilidade de vendas.

Agora, registram o retorno gradual do público e o aumento significativo nas vendas. “As pessoas compraram muito mais livros na pandemia. Passados os quatro primeiros meses, quando houve muita incerteza e muitas dificuldades até mesmo de logística e de lojas fechadas, as pessoas começaram a se reconectar e as vendas cresceram".

"Aqui no Brasil demorou um pouco mais. Começamos a notar isso mais forte a partir de agosto. De setembro em diante, o crescimento foi tão grande que praticamente recuperou todas as perdas da pandemia. E esse movimento permanece em 2021”, diz Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros.

O Painel do Varejo de Livros no Brasil, divulgado pelo sindicato a partir de pesquisa feita pela Nielsen BookScan, demonstrou que, entre janeiro e setembro deste ano, foram vendidos 36,1 milhões de livros, aumento de 39% em comparação ao mesmo período de 2020.

Apesar da base de comparação ser baixa, já que em 2020 o setor ainda enfrentava muitos problemas, esse aumento já é robusto em relação a 2019 também. “A gente está crescendo em 2021 em relação a 2019. A gente cresceu muito em relação a 2020. Mas se comparar com 2019, é um crescimento robusto também”, afirma Marcos.

Em entrevista à Agência Brasil, Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), disse que a pandemia foi um momento muito difícil para o setor. Principalmente nos primeiros meses após a chegada do novo coronavírus ao Brasil, quando os governos determinaram o fechamento do comércio não essencial, caso das livrarias.

“A pandemia afetou muito, não só o setor editorial, mas a economia como um todo. No começo da pandemia, ficamos muito preocupados porque as livrarias e as editoras, no mês de março, pararam. Ficamos praticamente 90 dias com o afastamento social. As livrarias físicas estavam fechadas, sem faturar nada.”

“Depois, em um segundo momento, a gente percebeu que a pandemia não ia terminar assim tão rápido e começamos a nos reinventar. Os editores, por exemplo, se tinham planejamento de fazer uma certa quantidade de livros, diminuíram pela metade. As livrarias tradicionais, que já trabalhavam com vendas pela internet, tiveram um aumento muito bom".

O gênero literário mais procurado durante a pandemia pelos brasileiros foi ficção. “O autor mais vendido durante a pandemia foi George Orwell, com A Revolução dos Bichos”, disse o presidente do Snel. Outro livro que também apareceu entre os mais vendidos nesse período foi a ficção distópica 1984, também de Orwell.

Segundo o Snel e a CBL, outros gêneros literários com alta demanda foram guias de culinária e gastronomia, livros infantis e publicações sobre negócios. Depois desse período mais difícil, o setor se anima com a volta dos eventos presenciais dedicados ao livro, como a Bienal do Livro de São Paulo.

Em julho de 2022 ela volta a ser presencial e vai prestar uma homenagem a Portugal, como parte das celebrações pelos 200 anos da Independência do Brasil. Apesar dessas perspectivas positivas, o setor ainda batalha para impedir que a taxação sobre os livros seja aprovada. Desde 1946, os livros são isentos de impostos.

16:24  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


morena fm