Senadores condenam relatório da CPI

Os senadores Eduardo Girão, Jorginho Mello, Luis Carlos Heinze e Marcos Rogério apresentaram uma nota de repúdio aos trabalhos finais da CPI da Covid. Para eles, o grupo majoritário adotou uma “visão deliberadamente míope” que buscou apenas atacar o governo federal, deixando de investigar bilhões de reais repassados a Estados e municípios.

“O palanque político que se transformou essa CPI, da qual emergiram inúmeros pré-candidatos à presidência da República, somado à cegueira ideológica que permeou os trabalhos dessa comissão, impediram que o Brasil visse desmascarados inúmeros atos de corrupção”.

Os senadores pontuam que, “em que pese a importância da apuração de eventuais ações ou omissões do governo federal no âmbito da tragédia da covid-19, essas não poderiam ter sido os únicos propósitos da CPI da Pandemia. A presente CPI ignorou por completo as mais de 69 operações deflagradas pela Controladoria Geral da União (CGU)".

"São apurações em Estados e municípios num montante de R$ 4 bilhões, com prejuízo efetivo apurado de quase R$ 56,4 milhões e potencial de R$ 137,6 milhões. Se omitiu também em relação às mais de 100 operações deflagradas pela Polícia Federal em 26 Estados brasileiros, cujas as cifras superam 3,2 bilhões de reais”.

A nota de repúdio cita quatro casos que envolvem Estados, com destaque para o escândalo dos respiradores comprados pelo Consórcio Nordeste através do governador da Bahia, Rui Costa. “Omissão sobre os mais de 48,7 milhões de reais referentes à contratação com dispensa de licitação e com pagamento antecipado".

Os 300 respiradores foram comprados da empresa Hempcare Pharma Representações Ltda (que comercializa produtos à base de maconha e nunca atuou na área médica), "aparelhos esses jamais entregues e valores nunca devolvidos ao sofrido povo nordestino”.

“Compra pelo governo do Amazonas de 24 respiradores junto a uma adega de vinhos. Nesse caso, o valor gasto foi de aproximadamente R$ 2,9 milhões. O valor unitário equivale a até quatro vezes o preço do equipamento em lojas no Brasil e no exterior, além de ser considerados ‘inadequados’ para pacientes de covid-19”.

“Caso da compra e não entrega de 200 respiradores fantasmas por R$ 33 milhões pelo governo de Santa Catarina. O governo teria levado, tão somente, cinco horas para decidir comprar, receber uma proposta e bater o martelo sore a aquisição de 200 respiradores. O número da contratada na Receita correspondia a uma ‘casa de massagens'”.

“Negociação que originou a Operação Falso Negativo no Distrito Federal, onde uma loja de brinquedos foi escolhida para fonecer 90 mil testes por R$ 16,2 milhões”. A indignação dos senadores foi compartilhada pelo colega Fernando Bezerra Coelho, líder do governo.

Ele afirmou que o relatório final proposto por Renan Calheiros revela “abusos movidos pelo mero capricho ou satisfação pessoal”. De acordo com Bezerra, o trabalho da CPI foi marcado por “excessos, radicalizações e ideologizações”. Com Revista Oeste.

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