Saneamento ruim causou mortes em 2019
No Brasil, a falta de saneamento básico sobrecarregou o sistema de saúde com 273.403 internações por doenças derivadas desta situação, chamadas "de veiculação hídrica" em 2019, um aumento de 30 mil hospitalizações na comparação com ano anterior, além de 2.734 mortes.
A incidência de internações foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes, o que gerou gastos de R$ 108 milhões ao país naquele ano. Sobre a relação entre saneamento e doenças em 2020, o Trata Brasil informou que dados preliminares mostram que o país teve 174 mil internações, uma redução de 35% em relação a 2019.
Os resultados são do estudo Saneamento e Doenças de Veiculação Hídrica, do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta terça-feira (5). O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e o Datasus, portal do Ministério da Saúde.
O Amapá aparece como o estado com menos internações por essas doenças em 2019, com 861, contra 38,2 mil do Maranhão, que teve o maior número. Ultrapassam a marca de 20 mil internações por doenças de veiculação hídrica a Bahia (23,3 mil), Minas Gerais (24,7 mil), São Paulo (26 mil) e Pará (28 mil).
Em relação à taxa de internações por 10 mil habitantes, o Maranhão se mantém como o pior, com 54,4, seguido de Pará com 32,62 e Piauí com 29,64. O estado do Rio de Janeiro teve a menor taxa de internações por 10 mil habitantes, com 2,84, seguido por São Paulo com 5,67 e o Rio Grande do Sul com 7,14.
No mesmo ano, a falta de acesso à água tratada e ao esgoto levaram a 2.734 mortes, uma média de 7,4 por dia. No Nordeste, elas ultrapassaram mil casos; no Sudeste, 907; no Sul, 331; no Norte, 214; e no Centro-Oeste, 213 óbitos registrados.
Entre as doenças de veiculação hídrica estão as diarreicas, dengue, leptospirose, esquistossomose e malária. Segundo dados de 2019, quase 35 milhões de pessoas viviam em locais sem acesso a água tratada, 100 milhões não tinham acesso à coleta de esgoto e somente 49% dos esgotos eram tratados.
As mais de 273 mil internações resultaram em um custo de R$ 108 milhões ao país em 2019. O Nordeste, que registrou mais internações, teve a maior despesa, R$ 42,9 milhões. Na sequência, o Sudeste gastou R$ 27,8 milhões, contra R$ 15,2 milhões do Norte, R$ 11,7 milhões do Sul e R$ 10,2 milhões do Centro-Oeste.
“Os dados deixam claro que qualquer melhoria no acesso da população à água potável, coleta e tratamento de esgotos traz grandes ganhos à saúde pública. Por outro lado, o não avanço faz perpetuar essas doenças e mortes de brasileiros por não contar com a infraestrutura mais elementar".
"São hospitalizações que poderiam estar sendo destinadas a doenças mais complexas”, afirmou o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. O instituto lembra que o sexto Objetivo do Desenvolvimento Sustentável, firmado pela ONU, é universalizar, até 2033, o acesso a água tratada para 99% e à coleta dos esgotos para 90%.
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