Calor gera casos de infecção urinária

Médicos estão alertando que as altas temperaturas desta primavera contribuem para o aumento dos casos de infecção urinária. Neste período, é mais fácil ocorrer desidratação, em razão da perda de líquidos pelo suor e respiração. Sem a reposição de água, a urina se torna mais concentrada e menos diluída.

Além disso, o aumento da umidade nas áreas íntimas, tanto pela transpiração quanto pelos banhos de mar e piscina mais frequentes, contribui para ampliar a população de bactérias que podem provocar infecções, principalmente nas mulheres, que têm o canal da uretra mais curto.

Segundo o urologista Maurício Sanches Jorge, a infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção. “As mulheres são particularmente mais vulneráveis porque possuem menor extensão anatômica da uretra do que os homens e maior proximidade entre a vagina e o ânus. Porém, os homens também são acometidos".

O órgão preferido das bactérias que se proliferam no trato urinário é a bexiga, mas os rins, ureteres e uretra também podem ser afetados. Os sintomas da ITU dependem do órgão. Em caso de cistite (inflamação na bexiga), por exemplo, há dor e urgência para urinar, e dor na parte inferior do abdome. A urina pode alterar o odor, aspecto e cor.

Já na pielonefrite (inflamação nos rins), que se inicia habitualmente após um quadro de cistite, ocorre febre alta (superior a 38°C) associada a calafrios e dor lombar. “Febre, calafrios e dor lombar formam a tríade de sintomas característicos da pielonefrite, estando presentes na maioria dos casos”, frisa Maurício.

Coordenador da Urologia Pediátrica e preceptor da Residência Médica do Hospital Santo Antônio, preceptor da Residência Médica do Hospital São Rafael e integrante do Robótica Bahia, ele explica que o exame de urina e, em certos casos, urocultura, são os meios utilizados no diagnóstico das infecções urinárias.

Pacientes gravemente enfermos exigem avaliação para sepse (disfunção de órgãos com risco de morte causada por uma resposta desregulada a infecções), através de exames de sangue. As opções de exames de imagem do trato urinário incluem ultrassonografia e tomografia.

Ocasionalmente, recomenda-se a realização de uretrocistografia miccional, uretrografia retrógrada ou cistoscopia. “Essa investigação urológica por imagem não é rotineiramente necessária em mulheres com infecções reincidentes porque os achados não influenciam no tratamento. Já as crianças geralmente necessitam de exames de imagem”.

O especialista diz, ainda, que o tratamento de todas as formas sintomáticas de ITU requer antibióticos. Alguns casos demandam analgésicos e poucos são tratados com cirurgia. “Correções cirúrgicas só são indicadas em casos de anormalidades anatômicas, lesões neurológicas do trato urinário ou uropatias obstrutivas”.

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