Alunos de Itabuna têm prejuízo enorme
A decisão da Prefeitura de Itabuna, anunciada nesta quinta, de só retomar as aulas presenciais em 2022, consolida um prejuízo enorme e histórico para os alunos da rede pública. Eles ficaram dois anos sem aulas, sem aprender o conteúdo, sem evoluir nem progredir.
A maioria dos estudantes, sem recursos, não tinha sequer um smartphone para ver as poucas aulas online. Os que tinham, em sua maioria, sofriam para assistir numa tela pequena demais ou não contavam com plano de dados para o acesso remoto. Muitos dividiam o celular com irmãos e pais. Nenhum tinha local adequado para estudar.
Mesmo os estudantes da rede particular, com recursos, admitem que "não conseguiam aprender" com as aulas online, montadas de improviso com a chegada da pandemia. O resultado já é encontrar alunos do sexto ano que não sabem ler ou escrever. Algumas cidades estão dando aulas dos anos iniciais para alfabetizar estudantes dos anos finais.
Interrompidas desde março de 2020 pelo Governo do Estado e as prefeituras, apesar dos alertas de educadores e pedagogos, além dos relatos dos cientistas de que crianças e adolescentes não pesavam no aumento da contaminação, as aulas presenciais estaduais só voltaram nesta semana. E as de Itabuna só voltam no ano que vem.
A decisão foi tomada pelo prefeito Augusto Castro e cancela as aulas presenciais no formato híbrido que aconteceriam de forma gradativa com a implementação de um projeto-piloto em 15 escolas a partir da segunda-feira, 25. As aulas nas escolas municipais de Itabuna permanecem na modalidade não-presencial, que não funciona.
O prefeito Augusto Castro alegou "a necessidade de priorizar e dar bom andamento às reformas e intervenções que vêm sendo feitas nas escolas", providência que deveria ter sido tomada nos primeiros meses da gestão para garantir a volta às aulas. Itabuna, que já tinha índices vexaminosos na Educação, deve piorar todos eles.
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