Rádio debate censura feita pela CPI
O agressivo ataque da CPI da Covid contra sites, veículos, jornalistas e influenciadores digitais de direita gerou revolta e uma reação por parte das vítimas. Um limite foi ultrapassado quando a CPI mandou quebrar o sigilo da rádio Jovem Pan e vários sites de opinião e notícias. Todos conservadores. Nenhum de esquerda.
O relator da comissão, Renan Calheiros, senador com 17 processos na Justiça, a CPI tem que investigar quem anuncia ou investe nos veículos, acusados de "propagar fake news na defesa do chamado tratamento precoce contra a Covid-19, críticas ao uso de máscaras e ao distanciamento social, e ceticismo sobre a vacina".
Os veículos e jornalistas alertam que o que está em jogo é a liberdade de expressão, garantida pela Constituição e atacada pela CPI. A reação já fez com que Calheiros desistisse da quebra de sigilo da Jovam Pan, mas manteve o dos jornais, blogs e canais online.
A Jovem Pan debateu a ameaça à liberdade de expressão na segunda-feira à noite, no programa "Direto ao Ponto", com os jornalistas Augusto Nunes, Leda Nagle e Guilherme Fiúza, mais Allan dos Santos (canal Terça Livre) e Paulo Eneas (site Crítica Nacional). Na foto, Allan, Fiúza e Leda.
Eles são unânimes em apontar tentativa de censura por parte da CPI. "Tem que parar com esse surto e liberar todos para dizerem o que pensam", afirmou Nunes. Eles lembraram de episódios como a retirada de conteúdo por parte de redes sociais e o inquérito das fake news, aberto no STF sem iniciativa do Ministério Público, como manda a lei.
Leda Nagle contou que foi obrigada a retirar de seu canal no YouTube as entrevistas que fez com médicos que defendem o uso de hidroxicloroquina e ivermectina. "Recebi um email de uma pessoa do YouTube sugerindo uma conversa para discutir uns vídeos em que supostamente eu estava fazendo fake news".
"Mas eu só faço entrevista, como assim é fake news? Todas as pessoas que eu entrevistei são médicos", afirmou. ParaFiúza, esta censura é mais perigosa do que a tradicional, porque é mais sutil, usando pressão pela retirada de conteúdo. "São tempos sombrios. A censura não é mais manifesta. É uma censura fofinha".
Allan lembrou que seu canal foi derrubado duas vezes pelo YouTube e que está havendo um autoritarismo privado. "Quando a gente usa o termo ditatorial, a gente acha que não pode ser atribuído a uma empresa privada que detém monopólio. A gente aceitaria a palavra censura ou ditadura apenas de algum órgão estatal".
"A CPI é um veículo muito interessante para fazer investigação política contra adversários. São vários tiros, e a Brasil Paralelo não é o único tiro que eles estão dando. Um destes tiros é saber se existe algum tipo de conspiração governamental para encomendar desinformação", afirmou Lucas Ferrugem, da Brasil Paralelo. Com Terça Livre.
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