Risco de Covid em crianças é mínimo
Um estudo feito na Inglaterra mostra que o risco de crianças ficarem gravemente doentes ou morrerem por causa da covid-19 é extremamente baixo. Os dados, coletados durante os primeiros 12 meses da pandemia no país, mostram que apenas 25 menores de 18 anos morreram devido à covid.
Mesmo aqueles que tinham várias doenças crônicas e neurodeficiências
tinham risco muito abaixo do geral. O estudo está sendo avaliado para
decidir se as pessoas abaixo de 18 anos serão vacinadas no Reino Unido.
Por enquanto, mesmo as que possuem comorbidades não recebem a vacina.
No Brasil, segundo so dados oficiais até abril deste ano, apenas 0,4% das mortes por Covid aconteceram em crianças e adolescentes até 19 anos. Somente 1,1% tinham de 20 a 29 anos e 3,6% entre 30 e 39 anos. Somente ,183% dos casos confirmados de Covid atingiram pessoas abaixo de 20 anos.
Boa parte dos médicos e especialistas consideram que não existe motivo, nem é recomendável que se vacine crianças e adolescentes sem comorbidade neste momento.
Cientistas da University College London e das universidades de York, Bristol e Liverpool afirmaram à BBC que estes estudos sobre crianças são os mais abrangentes já feitos em qualquer parte do mundo. Eles mostram que a maioria dos menores que morreram de covid-19 tinha problemas de saúde pré-existentes.
Dos 25, um grupo de 15 tinha condições pré-existentes ou limitantes de vida, incluindo 13 que viviam com neurodeficiências complexas. Seis não tinham doenças pré-existentes nos últimos cinco anos, embora os pesquisadores alertem que algumas doenças podem ter passado despercebidas.
Outras 36 crianças tiveram um teste de covid positivo no momento da morte, mas morreram de outras causas, segundo a análise. Embora os riscos gerais ainda fossem baixos, crianças e jovens que morreram tinham mais de 10 anos e eram das etnias negra e asiática.
Os pesquisadores dizem que 25 mortes em uma população de cerca de 12 milhões de crianças na Inglaterra indicam uma taxa de mortalidade geral de 2 casos por milhão de crianças. Os dados atuais mostram que, desde o início da pandemia, cerca de 128.301 pessoas morreram no Reino Unido até 28 dias após um teste positivo.
Em uma outra análise, os cientistas consideraram todas as crianças e jovens que foram admitidos em hospitais ingleses até fevereiro deste ano. Cerca de 5,8 mil crianças foram admitidas com o vírus, em comparação com cerca de 367,6 mil admitidas devido a outras emergências.
Cerca de 250 precisaram de tratamento intensivo. Havia 690 internadas por uma condição inflamatória rara ligada à covid, chamada de síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica (PIMS-TS). Embora os riscos ainda fossem pequenos, as crianças com várias doenças, obesas e com doenças cardíacas e neurológicas tinham maior risco.
O pesquisador que coordenou o estudo, professor Russell Viner, disse que decisões complexas sobre vacinação e proteção de crianças exigem informações de muitas fontes, não apenas deste trabalho. No entanto, se houver vacinas adequadas, a pesquisa sugere que certos grupos de crianças podem se beneficiar ao recebê-las.
"Acho que, com base em nossos dados, e em minha opinião totalmente pessoal, seria muito razoável vacinar vários grupos que estudamos, que não apresentam um risco particularmente alto de morte, mas sabemos que seus riscos de ter uma doença grave e ir para a terapia intensiva, embora ainda baixo, é maior", diz ele.
Ele disse que mais dados sobre a vacina, esperados em breve, de outros países, incluindo os Estados Unidos e Israel (que vacinam jovens com menos de 18 anos), devem ser levados em consideração.
Elizabeth Whittaker, do Royal College of Paediatrics and Child Health e do Imperial College London, disse ter sido encorajador ver poucas crianças gravemente doentes nos hospitais. "Embora esses dados cubram até fevereiro de 2021, isso não mudou recentemente com a variante Delta".
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