Alagoas paga por gabinete fantasma

O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), continua pagando salários de até R$ 6,6 mil e nomeando servidores, com média de R$ 3,6 mil, para o gabinete do ex-vice-governador Luciano Barbosa (MDB), que renunciou para assumir a prefeitura de Arapiraca. Mas o escândalo não se resume ao pessoal.

Um dos beneficiados pela nomeação não demorou sequer duas semanas e já solicitou a locação de dois veículos de luxo, ao custo mensal de R$ 9.689,94. O argumento é de que o gasto é necessário “em virtude do desempenho das atividades operacionais da Vice-Governadoria, nos trabalhos técnico administrativos".

Esta foi a desculpa do superintendente de Planejamento, Orçamento, Finanças e Contabilidade do gabinete (desativado em janeiro), José Carlos Gomes. Ele solicitou as locações de dois veículos, um modelo City ou Virtus, e outro utilitário modelo S-10, L200 ou Amarok.

A solicitação foi feita em 26 de maio, 14 dias depois de José Carlos Gomes ter sido nomeado. E no último dia 7 de junho, a Agência de Modernização de Gestão de Processos (Amgesp) informou que o pleito já foi atendido em um processo deste ano, em que nem sede mais tem a Vice-Governadoria.

O deputado Davi Maia (DEM-AL), que denunciou as nomeações dos servidores fantasma, solicitou a convocação do servidor do para dar explicações ao parlamento. “O Gabinete da Vice-Governadoria nem existe, mas precisam de carros para transportar não sei o que".

"Esse servidor precisa vir aqui nesta casa, para explicar para que servem esses veículos e esses servidores. E a cantilena continua: ‘Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada'”, protestou Davi Maia. Quando questionado, o Gabinete Civil do governador Renan Filho voltou a afirmar ao Diário do Poder que "não se pronunciará".

Porém, na tarde desta quarta-feira (16), a Secretaria de Comunicação de Alagoas publicou uma nota, justificando os gastos com a Vice-Governadoria e afirmando que a ausência de vice-governador "não anula a função finalística do órgão, nem sua função estratégica", que passou a ser acumulada pelo próprio governador.

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