Fábio Vilas-Boas passa vexame na CPI

O senador Marcos Rogério (RO), que faz parte da bancada governista minoritária na CPI da Pandemia, provocou uma autêntica “saia justa” na maioria oposicionista, na manhã desta quinta (20), ao exibir vídeos de governadores de oposição defendendo o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19.

Um dos que apareceram no vídeo foi o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, defendendo e anunciando que ia mandar cloroquina para todos os hospitais do estado. Pouco depois, quando o presidente Jair Bolsonaro passou a defender o tratamento precoce com o remédio, o governador Rui Costa passou a proibir.

O mesmo aconteceu em outros estados. Marcos Rogério mostrou vídeos e áudios do governador de Alagoas, Renan Filho, filho do relator da CPI Renan Calheiros (MDB), dos governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); do Piaui, Welligton Dias (PT); e de São Paulo, João Dória (PSDB), que fez questão de se colocar como "pai" da ideia.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), tentou defender os governadores, afirmando que as declarações ocorreram no ano passado e que “a ciência evoluiu rapidamente”. Aziz alegou que os fatos são de março de 2020, mas o anúncio de Renan Filho ocorreu em abril.

Marcos Rogério lembrou a defesa do uso do medicamento pelo presidente Jair Bolsonaro também ocorreu naquele período. Renan Filho informou, no vídeo divulgado pelo senador democrata, que o medicamento está à disposição de uso, sendo “o médico e a ciência” as autoridades responsáveis pela prescrição.

O governador maranhense Flávio Dino argumenta, em vídeo, que a utilização do remédio depende exclusivamente de "uma análise técnica e não política". Avisa também que o tratamento de pacientes hospitalizados no estado inclui o uso da substância aliada a outros medicamentos, no que ficou conhecido como “kit Covid”.

Já o secretário baiano Fábio Vilas-Boas garante que o governo entregaria, à época, aos centros de referência estaduais, "cloroquina para pacientes que precisarem de internação em hospitais integrantes das redes pública e privada". Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, também defendeu a cloroquina.

Na gravação, cita a "grande quantidade" do medicamento adquirido pelo estado: 615 mil unidades, além de 940 mil unidades do antibiótico Azitromicina. Já Doria aparece em uma coletiva tentando atribuir a seu governo a paternidade do uso da cloroquina, na mesma época defendida por Bolsonaro.

Doria se jactava do fato de que teria sido o médico infectologista David Uip, da sua equipe, quem “recomendou” o uso do medicamento ao então ministro da Saúde Luiz Mandetta. Na sequência, aparece o próprio Uip confirmando que havia participado de reunião de Mandetta com especialistas, que recomendaram a cloroquina.

Para o especialista, nesta coletiva, o uso do medicamento estaria atrelado, apenas, à decisão individual do médico em prescrever a hidroxicloroquina com o “aceite oficial” do paciente.

20:01  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


morena fm