Entidades são contra as aulas na Uesc

Enquanto um grupo cada vez maior de pais e professores pedem a volta às aulas presenciais ou híbridas em Itabuna, duas entidades sindicais querem impedir esse retorno na Universidade Estadual de Santa Cruz. Uma nota conjunta foi assinada pela Associação de Docentes da Uesc (ADUSC) e o Sindicato de Servidores Técnicos da Uesc (AFUSC).

Depois de uma introdução de viés político, as entidades dizem que a volta às aulas nas universidades podem gerar um "novo crescimento do número de vítimas". Elas consideram que o assunto deveria ser mais debatido entre a comunidade acadêmica, as entidades representativas de professores e servidores.

"As condições sociais e econômicas dos estudantes da UESC são mais que conhecidas. Para a grande maioria, a única condução para vir à universidade é num transporte coletivo", ressaltam, lembrando que esse transporte tem circulado com superlotação, sem qualquer segurança sanitária.

"Como a universidade vai garantir que exista segurança no deslocamento para a Universidade? Mesmo que seja elaborado um rígido protocolo preventivo para as atividades dentro da UESC, não é possível garantir a segurança de estudantes, técnicos, terceirizados e professores no trajeto desde a saída de casa", dizem.

As entidades apelam para o sentimentalismo questionamento "como vamos encarar a família de um estudante ou parente que pode morrer porque esse discente se contagiou de COVID no percurso ou na mesma universidade?" A nota conjunta cita as taxas de ocupação de UTI de "média de 84%" em Ilhéus e Itabuna.

Nesta terça ela estava em 79,59% em Itabuna e 80,25% em Ilhéus. Adusc e Afusc dizem que o risco anda é alto na região e alega que a vacinação está lenta, porém os servidores e professores da Uesc acima de 40 anos já receberam a primeira dose da vacina, assim como 41,88% da população de Ilhéus e 28,97% da de Itabuna.

As entidades dizem que só metade desses servidores foi vacinada e que não existe previsão para quem tem menos de 40 anos nem para os estudantes. "Assim, um retorno presencial com segurança, por mais que seja parcial, somente pode ser garantido com 100% de imunização para todos".

Adusc e Afusc pedem que a Uesc providencie "testagens periódicas, distribuição de EPIs para todos envolvidos nas atividades e a adoção de um protocolo rígido para uso do transporte que conduz a comunidade acadêmica". E pedem ao Conselho Universitário da Uesc que não autorize "um retorno presencial indiscriminado".

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