PM é assassinado por colegas protestando

As medidas inconstitucionais e o estado policial implantado pelo petista Rui Costa na Bahia há muito já afetavam os PMs psicologicamente, obrigados a deixar de lado a luta contr aos criminosos para prender lojistas, donos de bar, trabalhadores, pessoas honestas. Era um baril de pólvora esperando por uma chama.

Neste domingo, ela chegou. Indignado como vãrios colegas de farda, o PM Wesley Soares Góes não suportou masi a situação. Ele saiu de Itacaré, dirigiu até Salvador e fez um protesto no Farol da Barra, atirando para cima para chamar a atenção das pessoas e explicando sua causa.

“Eu não vou mais prender trabalhador, não entrei na polícia para prender pai de família. Quero trabalhar com dignidade, porque sou policial militar da Bahia”, gritava. Palavras não de alguém que surtou, como afirmou o Governo do Estado, mas de quem encontrou a lucidez para enxergar a situação da corporação na pandemia.

Wesley pintara o rosto de verde e amarelo e gritou frases sobre a desonra e a violação da dignidade dos PMs ao cumprir as ordens abusivas do governador Rui Costa. “Eu não vou deixar, não vou permitir, que violem a dignidade humana do trabalhador. Seus filhos estão presenciando sua covardia, policiais militares do estado da Bahia”.

Uma PM, nas redes sociais, diz que o grito de Wesley "está engasgado na garganta de todos nós, PMs, que somos obrigados a cumprir ordens ilegais" e ironiza as alegações do major que comandou a negociação dizendo que Wesley era "um surtado lúcido", numa referência a seu protesto por ser obrigado a prender trabalhadores.

Acostumada a negociar por horas e até dias com bandidos que fazem reféns, a PM abriu mão de negociar depois de apenas 3h30. O comando alega que Welsley disparou na direção dos colegas, como vários marginais já fizeram durante negociações. Mas neste caso, a PM preferiu encerrar tudo atirando dezenas de vezes contra o soldado.

Mais de 10 tiros atingiram Wesley, que ainda foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas morreu. No local, uma multidão de PMs protestavam contra a maneira como o comando do Bope lidou com a situação. Vários lembraram que situações semelhantes com bandidos foram tratadas de outra forma.

"O procedimento é aguardar o esgotamento físico do colega, localizar a família, trazê-la para convencer a pessoa a se render, jamais encerrar matando. Muito menos se tratando de um colega," diz um oficial ouvido pelo jornal A Região que já presenciou várias negociações com reféns.

O Major PM Clédson Conceição, que comandou a ação do Bope, alega que “nossos objetivos primordiais são preservar vidas e aplicar a lei. Buscamos, utilizando técnicas internacionais de negociação, impedir um confronto, mas o militar atacou as nossas equipes. Ele não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado”.

A Associação de Praças da Polícia e Bombeiro Militar da Bahia (APPMBA) emitiu nota onde diz que "esse episódio denúncia as péssimas condições de trabalho imposta aos trabalhadores, falta de valorização salarial, excesso de cobranças por produtividade e operações, além de uma exposição a pandemia do Covid-19".

A entidade diz que o protesto do soldado “foi a reação de um ser humano, policial militar, querendo ser ouvido e notado. Quantos Wesleys temos na corporação passando por problemas psicológicos e o que causou essa reação no policial cumpridor das suas obrigações?”

A associação cobra que o estado invista, de forma intensa, no tratamento psicológico da tropa. “As cobranças por números e estatísticas, sem a preocupação com o ser humano policial militar, tem provocado reações psicológicas sem precedentes”.

12:01  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


morena fm