Improviso de Rui Costa causa revolta e caos

As medidas tomadas de improviso, como anunciar no domingo à noite, apenas em redes sociais, medidas que deveriam ser obedecidas na manhã de segunda, causaram revolta e caos em toda a Bahia. No ferry-boat, proibido de funcionar até quarta, houve tumulto e aglomeração.

Ninguém sabia do novo decreto, que não foi divulgado em mídia de massa. No terminal de lanchas de Mar Grande, em Vera Cruz, uma multidão tentava embarcar, mas a única lancha que saiu, às 7h, levava policiais civis e miltares, além de profissionais da saúde, de volta a Salvador.

Os passageiros, muitos com necessidade urgente de ir a Salvador, ficaram revoltados. Eles estão presos na ilha até quarta-feira, caso o governador Rui Costa não resolva prorrogar a medida mais uma vez, como vem fazendo com a proibição de aulas e eventos desde março de 2020, com decretos a cada 15 dias.

Em Itabuna, lojistas revoltados fizeram um protesto nas ruas, com carreata e xingamentos contra o governador. O presidente da CDL, Carlos Leahy, criticou o improviso de Rui Costa e os avisos em cima da hora. Ele considera que muitos lojistas não souberam da medida, assim como a maioria dos trabalhadores.

O empresário Mauro Ribeiro, diretor da Associação Comercial e Empresarial de Itabuna (ACI), destacou que a entidade é contra o fechamento do comércio, que não é o vilão do vírus. Ele lembrou que o comércio ficou fechado por mais de 100 dias no ano passado, com enormes prejuízos, fechamento de lojas e aumento do desemprego.

“O comércio sofreu muito no ano passado e ainda está se recuperando. Os mais impactados são as micro e pequenas empresas, que não tiveram acesso a crédito. Não houve nenhum tipo de prorrogação de impostos a nível estadual, e, mesmo fechadas, as empresas terão que pagar tributos e a folha de pagamento que vence no início do mês”.

O presidente da CDL de Ilhéus, Adriano Clemente, afirmou que o governador deu uma “punhalada nas costas" do comércio. Ele questiona como o lojista pode se planejar se as regras são anunciadas de improviso. "Como o empresário compra suas mercadorias? Não podemos pagar esse pato”.

Várias lojas de Ilhéus chegaram a abrir as portas, em protesto contra o decreto estadual, enquanto outros comerciantes se queixavam de ter fechado as portas e ninguém aparecer para autuar os concorrentes. A revolta dos trabalhadores em geral foi ainda mais forte em Ubaitaba (foto).

Um grupo de lojistas e comerciários da cidade fechou a BR-101 para protestar contra Rui Costa. A estrada ficou bloqueada nos dois sentidos desde 9h30, mesmo depois da chegada da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, que mais tarde conseguiram liberar a rodovia.

Também houve protesto em Canavieiras, onde uma carreata percorreu a cidade, enquanto um carro de som exigia a abertura das empresas, barracas de praia, bares, restaurantes e criticava o governador. O prefeito Almeida desapareceu da cidade.

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