Ford fecha sua fábrica de Camaçari

A Ford anunciou o fechamento de todas as fábricas no Brasil em um plano de reestruturação na América do Sul. A montadora manterá as fábricas da Argentina e Uruguai, o Centro de Desenvolvimento de Produto na Bahia, o Campo de Provas em Tatuí (SP) e a sede regional em São Paulo. A informação foi dada à tarde pelo Jornal das Sete, da rádio Morena FM (www.morenafm.com)

Em junho, a Ford tinha retomado a produção do EcoSport e do Ka na fábrica de Camaçari, junto com uma ofensiva de venda online. Esta fábrica de Camaçari e a de Taubaté (SP), que fabrica motores e transmissões, serão fechadas imediatamente, reduzindo a produção a peças para estoques.

Os modelos nacionais terão suas vendas interrompidas assim que terminarem os estoques. A partir daí, os veículos vendidos no Brasil serão importados da Argentina e do Uruguai. A Ford afirma que “a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”, motivaram a decisão.

Em 2001, inicialmente a Ford ia instalar sua nova fábrica no Rio Grande do Sul. Governado pelo PT, o estado recusou a fábrica por questões ideológicas. O então senador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, entrou na briga contra estados do sudeste e conseguiu atrair a unidade para Camaçari.

Hoje, por ironia governada pelo mesmo PT que recusou a fábrica em 2001, o Governo do Estado, pego de surpresa pela decisão, diz que entrou em contato com a embaixada da China "para ver se alguma empresa tem interesse em assumir a fábrica".

Com 4,7 milhões de metros quadrados, a fábrica da Ford em Camaçari chegou a empregar 5 mil pessoas e gerar 30 mil empregos indiretos. Ela funcionava desde 2001, criando, modelando e montando veículos. Peças de mais de 20 fornecedores também eram fabricadas no local.

Segundo a Anfavea, em 2020 a Ford vendeu 119.454 automóveis, com queda de 39,2% sobre 2019, maior que a média do setor, que ficou em 28,6%. A intenção da empresa é se concentrar na fabricação de carros maiores e mais caros, como pickups e SUVs, abandonando o mercado de carros econômicos.

Em nota, Jim Farley, presidente da Ford, disse que a decisão foi "muito difícil, mas necessária, para a criação de um negócio saudável e sustentável". A empresa informou que a assistência ao consumidor segue funcionando nas vendas, peças de reposição e garantia no Brasil.

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