Covid prejudica vacinação do sarampo

A pandemia agravou um problema sério na Bahia, a baixa vacinação contra outras doenças. Segundo a Secretaria de Saúde, somente 55% do público que deveria ser vacinado contra o sarampo apareceu nos postos de saúde. Isso cria bolsões de pessoas não imunizadas e o risco de uma epidemia.

O coordenador de Imunização da Sesab, Ramon Saavedra, alerta que, se o vírus aparecere nestes grupos, rapidamente pode gerar um surto ou epidemia. A adesão ficou ainda menor no inicio da pandemia e não adiantou a insistência da Sesab em chamar as pessoas para a vacinação.

O vírus do sarampo está se espalhando no Brasil neste ano e, até outubro, já tinha acumulado 16.290 casos e 7 mortes, em 21 estados. Desses, 17 interromperam a transmissão do vírus e quatro mantêm o surto ativo. A Bahia registrou sete casos em 2020 e nenhuma morte, mas não pode se descuidar.

A última vez que a Bahia atingiu a meta de vacinação, com 95%, foi em 2014. Depois disso, ficou sempre abaixo. Saavedra diz que o cenário vivido aqui não é isolado. O país bateu a meta da vacinação da tríplice viral até 2016 initerruptamente, mas desde então tem se mantido abaixo do percentual alvo.

“O Brasil tem um programa de imunização referência internacional. É um modelo eficaz que tem tudo pra dar certo, mas atualmente tem alguns entraves, é uma situação multifatorial. É um problema social essa falta de crença pela vacina. O país tinha a cultura da imunização, houve descolamento, acabou sendo questão social, até de política".

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