BCG será testada para tratar a Covid

A Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), começou no Rio de Janeiro os testes do Brace Trial Brasil (BTB), um estudo com o uso da vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin) para reduzir o impacto da covid-19 em profissionais de saúde.

O voluntário não pode ter sido infectado pela covid-19 e nem participar de outro ensaio clínico. O projeto é liderado mundialmente pelo australiano Nigel Curtis, do Murdoch Children’s Research Institute, e financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. Com o início dos testes, o Brasil se junta à Austrália, Espanha, Reino Unido e Holanda.

Ao todo serão vacinados 10 mil profissionais de saúde, sendo mil no Rio de Janeiro e dois mil em Mato Grosso do Sul. A coordenadora do estudo no Brasil, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, disse que antes de fazer parte do estudo os voluntários passam por teste de PCR.

Ele é necessário para verificar se a pessoa têm covid no momento da aplicação. Os participantes terão amostras de sangue colhidas para estudos de marcadores imunológicos e serão acompanhados durante um ano. “Serão vistos e examinados após três meses, aos seis, aos nove e 12 meses".

"Em todas essas consultas, será colhido sangue para determinação desses marcadores imunológicos, e será avaliado interinamente aos seis meses após a vacinação e ao final como qualquer estudo de Fase III de vacina ao final de 12 meses os resultados definitivos”, explicou Margareth à Agência Brasil.

Segundo a pneumologista, o estudo já conta com 500 inscritos no Rio de Janeiro. A médica informou que os estudos já partem da Fase III, porque a BCG é uma vacina singular muito conhecida, e usada há 50 anos em todos os recém-nascidos.

Além disso, os estudos, previamente realizados por outros motivos que não a pandemia atual, mostraram uma proteção para outras viroses respiratórias de grupos de população estudados, sobretudo na África. "Isso levantou a hipótese de que a BCG pudesse ser usada".

"Ela tem reação imunológica tão variada que chega a ser chamada até de imunidade treinada, como se treinasse o organismo para se defender contra outros patógenos, especialmente os virais. A hipótese é de que diante de uma nova virose ela possa ter efeito protetor, evitando as formas mais graves de covid-19 ou a própria doença”. (Abr)

22:00  |  


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