Bahia é líder em mortes por eletricidade

Com 48 mortos em 51 acidentes entre janeiro e junho, a Bahia aparece como o estado em que mais se registraram ocorrências fatais envolvendo choques elétricos no Brasil, no primeiro semestre. Os dados são de um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), envolvendo 10 estados.

O número de mortes por choque elétrico na Bahia em 6 meses é quase 60% do total verificado em todo 2019. No ano passado, foram 83 vítimas fatais e o estado também terminou como o com maior número de mortes por esse tipo de acidente. No levantamento anual de 2019, o ranking inclui todas os 27 estados.

O problema vem se agravando nos últimos anos. Em 2018, tinham sido verificadas 60 ocorrências com mortes na Bahia, e ele era o segundo no ranking nacional. Em 2019, com as 83 mortes, houve um crescimento de quase 40% e o estado ultrapassou São Paulo, ocupando o topo do indesejado ranking.

A Abracopel alerta para os riscos de acidentes dentro de casa. De acordo com o levantamento, no primeiro semestre, em todo o Brasil foram 145 acidentes em redes aéreas, com 111 mortos. Os acidentes dentro de casa foram em menor número (127), porém a fatalidade foi maior, com 112 pessoas que perderam a vida.

Para o engenheiro eletricista Fábio Amaral, sócio-diretor da Engerey, empresa de painéis elétricos de Curitiba (PR), as recomendações, por mais básicas que pareçam, precisam ser respeitadas. "Acidentes podem ser evitados com providências simples, ao alcance de todas as pessoas".

"Por exemplo, evitar de toda forma o uso de aparelhos elétricos e dispositivos eletrônicos em áreas de contato com água ou úmidas". Ligações elétricas que cruzem pisos e paredes molhados ou com umidade também devem ser descartadas, sublinha o engenheiro.

Outra prática comum, muitas vezes feita sem pensar, é o uso do celular enquanto está ligado à eletricidade para o carregamento da bateria. “Com frequência vemos notícias de acidentes que aconteceram nessas circunstâncias. É um risco muito grande”, adverte.

Fábio Amaral orienta que, ao menor sinal de defeito, alguma instabilidade ou irregularidade com a ligação elétrica, ou com algum objeto que funciona por eletricidade, o problema deve ser resolvido. Enquanto isso não é possível, o uso precisa ser suspenso.

Para solucionar o problema, nada de improvisações, nem tentar experimentar supostas dicas disponíveis na internet. “Problema de eletricidade deve ser resolvido por alguém preparado para isso, com formação técnica, um profissional da área”, sublinha o engenheiro eletricista.

A utilização do dispositivo Diferencial Residual (DR) nos quadros elétricos também é indicada pelo especialista, pois protege contra choques elétricos. Contudo, apesar de ser de uso obrigatório desde 1997 (NBR 5410), sua exigência não é seguida na maioria das residências.

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