ANA aponta aumento de barragens críticas

Em 2019, o número de barragens dos mais diversos tipos que os órgãos de fiscalização de segurança consideram críticas aumentou cerca de 130% em comparação com 2018. Foram identificadas 156 no Relatório de Segurança de Barragens 2019, que a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) divulgou na segunda-feira (31).

No documento relativo a 2018, havia 68 estruturas, das quais 44 foram retiradas da lista ao longo dos últimos dois anos. Das atuais 156 barragens mais preocupantes, 132 foram identificadas entre 1° de janeiro e 31 de dezembro de 2019.

A ANA esclarece que o fato de serem apontadas como críticas não significa que as barragens apresentem risco iminente de se romper, mas sim que devem receber maior atenção dos órgãos de fiscalização, conforme preconiza a Lei nº 12.334/2010, que estabeleceu o sistema de classificação quanto às categorias de risco.

A classificação leva em conta características técnicas e o estado de conservação de cada empreendimento, além da conformidade ao Plano de Segurança da Barragem. Seria, segundo a própria agência reguladora, “uma forma indireta de se avaliar o risco de ruptura de uma barragem”.

Porém, com o passar do tempo, “ficou patente que tal sistema era insuficiente, pois passível de distorções, como a inclusão, em um mesmo patamar de risco, de empreendimentos aos quais apenas faltavam apresentar alguns documentos e de outros com problemas estruturais graves”.

As 156 barragens listadas como críticas em 2019 estão espalhadas por 22 estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins.

A relação nominal das barragens, bem como o problema e o custo estimado para recuperar a cada uma delas consta da cópia digital do relatório, disponível na internet. O relatório também aponta que, em 2019, foram registrados 12 acidentes e 58 incidentes com barragens no Brasil.

Em 2018, houve três acidentes e dois incidentes. Em 2017, quatro e dez. Em 2016, quando havia sido registrado o maior número de incidentes desde 2011, não passaram de 17. Os incidentes e acidentes ocorreram em 15 estados, mas Minas Gerais concentra 31% do total.

Entre elas, o rompimento da Barragem I da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Ocorrida em 25 janeiro de 2019, a tragédia matou 270 pessoas e afetou a mais de 40 mil pessoas, de acordo com a ANA. O relatório admite que os números de acidentes e incidentes “são muito superiores aos verificados em todos os anos anteriores”.

"Isso provavelmente se deve a uma conjugação de fatores, como aumento de eventos como cheias, más condições de conservação de barragens e, sobretudo, aumento do conhecimento dos fiscalizadores e do Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres)”.

Também consta do documento que os “incidentes reportados tiveram inúmeras causas, sendo a mais comum o relato de risco de rompimento devido a cheias, erosões ou percolação excessiva”, além de “problemas em vertedores, inundações de galerias e rompimento do canal de adução.

Já em relação aos acidentes, foram identificadas semelhanças em dez deles. “Pequenas barragens de terra se romperam durante eventos de cheia, ocasionando somente danos materiais”.

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