Casal acusa hospitais de negligência
O casal Rayssa Vilanova, 18 anos, e Cadú de Luca acusa os hospitais Maternidade Esther Gomes, da Fundação Fernando Gomes, e Manoel Novaes, vinculado à Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, de negligência. A gestante passou por total descaso médico-hospitalar no domingo, o que acabou causando a morte da criança na casa da família.
De acordo com familiares, Rayssa, que testou positivo para a Covid-19 e estava grávida de cinco meses, amanheceu com forte sangramento. Ao buscar socorro na Maternidade Ester Gomes, foi orientada a ir para casa ou buscar atendimento no Hospital Manoel Novaes, caso a situação piorasse.
A jovem apresentava falta de ar e foi levada para o Manoel Novaes, onde disseram que só poderiam atender casos particulares, mesmo com a gravidade da gestante. Um delegado de Direitos Humanos que estava na unidade hospitalar tentou intervir no caso, mas não obteve sucesso.
Indignada e chorando, Rayssa, juntamente com familiares, retornou para casa. No caminho, próximo à sua residência, com o bebê “encaixado”, foi feita a remoção da criança, se constatando que já estava sem vida.
A família retornou ao Hospital Manoel Novaes, junto com a criança, e mais uma vez o atendimento foi negado num primeiro momento. O delegado também retornou ao local, onde conseguiu que Rayssa fosse atendida por uma pediatra, por conta do sangramento.
Na manhã desta segunda-feira, o delegado, Diego Santos de Almeida, disse que a Delegacia Especial de Atenção à Mulher vai investigar a denúncia, inclusive com o MP-BA e o Conselho Regional de Medicina da Bahia. A Santa Casa de Misericórdia se pronunciou sobre o caso por volta do meio dia e meia por meio de nota.
“A paciente Rayssa Vilanova compareceu ao Hospital Manoel Novaes alegando que tinha sido orientada pela Maternidade Ester Gomes a realizar uma ultrassonografia obstétrica. Ela foi informada que a unidade não oferece ultrassonografia de urgência, que tem os dias para a realização do tipo de exame".
"A Santa Casa esclarece que, embora não tenha sido regulada e não se enquadrasse no perfil de alta complexidade, a paciente recebeu os cuidados médicos necessários. A profissional que fez o atendimento recomendou repouso e que a paciente fizesse a ultrassonografia".
"A médica orientou ainda que, caso apresentasse piora no quadro de saúde, a paciente retornasse para Esther Gomes, unidade habilitada para o tipo de atendimento de baixo risco. Mas, horas depois, com cinco acompanhantes e um feto numa sacola, ela exigiu a internação no Manoel Novaes".
"Apesar de o caso ser de baixo risco e, por isso, não se enquadrar no tipo de atendimento do HMN, Rayssa Vilanova, que estava com 12ª semana de gestação, foi internada na unidade. Ela passa muito bem de saúde, tendo inclusive se alimentado.”
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