Pandemia muda hábitos do consumidor
A pandemia do novo coronavírus desafia todas as projeções econômicas e transformou o comportamento dos consumidores. Uma das mudanças mais significativas, segundo o estudo Consumer Insights da Kantar, foi a inclusão de novos canais na rotina de compra da população.
Ela agora busca fazer o abastecimento em mercadinhos de bairro, pequenos varejos e varejos tradicionais para evitar aglomeração. Antes da pandemia, se concentrava principalmente em atacarejos. No primeiro trimestre, em comparação com o último de 2019, mais de 3,4 milhões de lares passaram a comprar nestes canais menores.
60,2% dos entrevistados mudaram para evitar aglomerações, 59,6% para não ter grandes deslocamentos, e 53,5% por causa dos preços acessíveis. Enquanto os minimercados atraem majoritariamente pessoas de 40 a 49 anos das classes CDE, com filhos adultos, o varejo tradicional é o preferido de quem tem até 29 anos e crianças pequenas.
Um canal que passou por uma reformulação foi o hipermercado, que agora ganha relevância na reposição, com tíquete médio menor e menos itens no carrinho. O atacarejo também passa por uma transformação, atendendo não apenas compras de estocagem, mas também crescendo nas de reposição.
O gasto médio em bens de consumo massivo subiu 7,7% e os preços 4,8%. E ao mesmo tempo em que a frequência de compra aumentou 4,6%, o que representa uma visita a mais por mês ao ponto de venda, a quantidade de unidades compradas por viagem diminuiu 1,7%. Este aumento foi detectado principalmente nas classes AB e DE.
O comércio eletrônico ganhou espaço na preferência dos consumidores. Houve um crescimento de 2,3 vezes nas quatro primeiras semanas após a quarentena. 68% dizem que os apps de entregas em domicílio os satisfazem totalmente no quesito velocidade, 63% na facilidade de uso, 64% na qualidade dos produtos e 77% na facilidade de pagamento.
O delivery ganhou 38% de novos usuários no primeiro trimestre em comparação com o segundo trimestre de 2018, sobretudo na classe AB (+11%). As três categorias mais beneficiadas foram fast food, pizzas e pratos/refeições, sendo os adultos e jovens adultos os públicos que mais impulsionaram o consumo de indulgências.
Outra alteração significativa foi no hábito de compra. No pré-isolamento, o objetivo foi estocar, especialmente limpeza e alimentos. Já no final de abril, alimentos e bebidas se destacaram, e o setor de higiene e beleza passou para segundo plano. A dinâmica de compra de fim de mês foi suavizada, com tendência de retração.
Na semana de 4 de maio, em comparação com a de 9 de março, os brasileiros optaram por opções mais indulgentes dentro de casa. O consumo de ingredientes para doces e de cerveja cresceu: leite condensado 61%, creme de leite 45%, cerveja 42% e leite 39%. Por outro lado, houve queda na compra de itens como queijo, fraldas e frangos.
A partir de 20 de março, devido à necessidade de isolamento social, o consumo fora do lar de cervejas foi trocado para o dentro do lar. Só nos finais de semana houve um crescimento de 9%. O mesmo aconteceu com vinhos, que ganharam 19% de novas ocasiões durante a semana e 6% aos sábados e domingos.
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