Médicos denunciam Rui e Vilas Boas

Médicos plantonistas que atuam no sudoeste denunciam, em carta aberta, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) pela situação crítica dos serviços do setor depois que o Governo do Estado extinguiu a Central de Regulação de Leitos em Vitória da Conquista e Itabuna.

Os médicos criticam o secretário Fábio Vilas-Boas (foto) e o governador Rui Costa, pelo aumento do risco de morte para pacientes. Vilas Boas concentrou o controle dos leitos de todo o estado em Salvador no dia 6 de maio. A medida gera dificuldades para a transferência de doentes entre hospitais.

Quando um paciente de baixa complexidade piora, precisa ser levado para um especializado em média e alta complexidade. Porém, sem as centrais regionais, todos os pedidos precisam ser filtrados por Salvador, aumentando a demora e, com isso, o risco de óbito.

Os médicos lembram que antes, com a central regional, os casos eram estudados por profissionais que "conheciam a realidade da região sudoeste, as limitações dos serviços de saúde e organizavem o fluxo de acordo com a capacidade das unidades hospitalares”.

“Dessa forma, a análise dos casos clínicos era realizada em tempo hábil, possibilitando a priorização na transferência dos pacientes mais graves para os hospitais de referência da região ou do estado. Os médicos reguladores também participavam de discussão clínica com os plantonistas das cidades menores, auxiliando na condução do tratamento".

Tudo isso se perdeu após a mudança, contam os médicos. Eles denunciam que a centralização em Salvador resultou em demora na autorização das transferências de casos graves e na falta de transparência nos relatórios de vaga zero. Há ainda a dificuldade para falar com a Central de Salvador por telefone.

A carta aponta ainda a recorrência de "transferências desordenadas para cidades muito distantes do local de partida" e a “escassez de informações por parte da Central para com os hospitais regionais, falta de comunicação com os médicos reguladores, insuficiência de informações sobre a transferência”.

Os médicos também dizem que a falta de conhecimento sobre a rede hospitalar doi interior pela equipe que controla a central na capital resulta em "desorganização e retrocesso na forma de transferir os pacientes e isso fatalmente resulta em agravamento dos casos, piora dos prognósticos, atraso nos tratamentos e em último caso, no óbito".

O secretário Vilas-Boas ainda irritou os secretários de Saúde das prefeituras pela maneira como lidou com o assundo, sem qualquer discussão com os municípios. "Pagaram pra ver se eu ia fechar mesmo. Não acreditaram que eu ia fechar. Eu mandei fechar e botei todo mundo em aviso prévio", disse aos secretários.

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