Embaixada desmente jornal da França

Um dos raros diplomatas que defendem o governo brasileiro e o próprio País no exterior, o embaixador em Paris, Luís Fernando Serra (foto), enviou carta em que responde a um editorial tão preconceituoso quanto desinformado do jornal Le Monde sobre o presidente Jair Bolsonaro e o Brasil.

“Enganando os fatos, o Le Monde acaba acreditando nas ficções que cria”, afirma o embaixador ao final do seu texto, resumindo as “ficções” publicadas pelo jornal ligado a partidos de esquerda da França. Por essa razão, ele iniciou a carta afirmando ter lido o editorial sobre o Brasil “com indignação, mas sem surpresa”.

Dentre as “muitas imprecisões” do editorial “Brasil: o perigoso voo de Bolsonaro” apontadas pelo embaixador está a tese da negação. “O presidente Bolsonaro nunca negou a existência do Covid-19. O que ele fez desde o início da crise da saúde é tentar impedir que a histeria ou o pânico se apoderem do povo”, disse Serra.

“O Presidente do Brasil sempre apoiou exatamente o que Dominique Moïsi, assessora do Instituto Montaigne, defende: nas economias em que a maioria da população vive “dia a dia”, a fome que o confinamento acaba matando mais rápido que a pandemia”, afirmou.

“Ciente dessa peculiaridade socioeconômica, o presidente Bolsonaro defendeu o retorno ao trabalho da população e que apenas as pessoas pertencentes a grupos de risco permanecem em quarentena”, esclareceu, “o que foi chamado de contenção seletiva ou vertical.

Serra ainda ironiza o jornal parisiense afirmar sonhar com o dia, como brasileiro e embaixador, “no dia em que seu jornal tratará um presidente do Brasil que não seja da esquerda com a consideração e o respeito que merece”, escreveu, referindo-se aos comprometimentos ideológicos de Le Monde.

O jornal também acusou o presidente brasileiro de “politizar” a crise da saúde, por isso em sua correspondência o embaixador Luiz Fernando Serra afirma que essa “é outra imprecisão extraordinária neste editorial”.

Segundo ele, “o inegável é que a politização da pandemia foi liderada pelos governadores que se opunham ao presidente brasileiro e que viram no estrito confinamento, às vezes brutalmente imposto, a oportunidade de derrubar os excelentes indicadores econômicos apresentados pelo governo Bolsonaro em 2019.”

O embaixador cita números do desempenho do atual governo em 2019, como “inflação reduzida para 3%, contra 15% em 2015; taxa de juros de 5%, ante 14% em 2015; Crescimento do PIB de 0,8% em comparação com menos 3,8% em 2015; um risco país de 117 pontos contra 533 em 2015; e, finalmente, um índice da bolsa de valores de São Paulo em 108 mil pontos contra 38 mil em 2015.”

Para Serra, “o cálculo político desses governadores é óbvio: a única chance de Bolsonaro não ser reeleito em 2022 é precisamente desestabilizá-lo para evitar que seu sucesso em 2019 não se repetiu nos anos seguintes.”

Ele também comparou os números do Covid-19 com outros países, destacando que, no Brasil, os Estados que registraram o maior número de mortes “são precisamente aqueles que aplicaram a contenção com o maior rigor”.

O diplomata também cita o fato de que o Brasil, o quinto país mais populoso do mundo, teve 61,86 mortes por milhão de habitantes em 14 de maio, doze vezes menos que a Bélgica, a primeira nesse ranking desastroso.”

O embaixador do Brasil em Paris também responde à acusação sobre suposta “tentação autoritária” que Le Monde atribui ao presidente Bolsonaro.

“A esse respeito”, desafiou Luís Fernando Serra, “gostaria que você me mostrasse um único juiz ou político encarcerado, um único jornalista perseguido, um único jornal censurado para apoiar a hipótese da suposta inclinação do presidente Bolsonaro ao discricionarismo”.

O diplomata cita outro editorial da publicação, a respeito de populistas, para concluir que, “enganando os fatos”, o Le Monde acabará acreditando nas ficções que inventa.”

Serra diz que, como “símbolo da imprensa livre”, o Le Monde “sempre reconheceu o direito de resposta como um dos pilares da democracia”, mas o fato é que o jornal ainda não publicou a resposta do embaixador, recebida nesta terça-feira (19).

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