Prefeito de Ilhéus "não sabia" de compra

Um contrato de R$ 490.200 para aquisição de álcool em gel está sob investigação pela Prefeitura de Ilhéus, depois de insinuações na mídia local no fim de semana. O produto foi adquirido depois que o município fechou negócio de quase R$ 500 mil com uma empresa aberta em dezembro passado, na pequena Coaraci, com capital social de apenas R$ 50 mil.

O escândalo ganhou desdobramentos e o caso cheira mal, tendo provocado reações que vão do Conselho Municipal de Saúde ao prefeito Mário Alexandre e o secretário Geraldo Magela, titular da Saúde. Marão disse que vai reavaliar o contrato, mas reconhece que o município já havia comprado R$ 20 mil na K da Silva Porto, a empresa do "negócio de meio milhão".

Disse o prefeito que não estava encontrando álcool em gel "nem para ele" e pensa até em fechar negócio com uma indústria local de Ilhéus. Ouvido, o secretário da Saúde Geraldo Magela se disse surpreso com o montante do contrato. Mais que isso: nem sabia do negócio com a empresa sortuda de Coaraci.

Magela disse ter tomado conhecimento do caso sábado à noite, quando pediu aos diversos setores para fazer apuração do caso. Ele revelou que a compra não passou pela Saúde, mas pelo setor administrativo da Prefeitura. Já o Conselho de Saúde pediu a imediata suspensão do gordo contrato, tendo o presidente Marcos Lessa dito que o caso foi "sem acompanhamento".

Mais que isso, Lessa ressaltou que todos os contratos devem passar pelo crivo do Conselho, mas este não foi levado à instância de participação popular e controle social, o que faz levantar ainda mais suspeitas sobre o negócio. O caso promete render depois de pedidos ao Ministério Público estadual ter sido provocado.

Marão e Magela vão ter que explicar como uma compra deste montante, na Saúde, foi feita "sem que os dois soubessem".

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