Rui admite que interior é secundário
Em reunião com prefeitos, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), admitiu que sua prioridade é Salvador e que os municípios do interior não terão ajuda para tratar os casos graves de coronavirus que apareçam. “Essa doença exige atendimento de alta complexidade, leitos de UTI, por isso iremos concentrar, enquanto for possível, o tratamento dos casos que necessitem internação apenas em Salvador".
Sem garantir nada, Rui disse que "é possível" que haja a regionalização dos atendimentos no futuro e admitiu que "cada prefeito sozinho não será capaz de adquirir, em grande escala, Equipamentos de Proteção Individual, por exemplo”. O Governo do Estado prometeu enviar máscaras e alcool gel.
Ele também articula o repasse das emendas parlamentares para aplicação na área da saúde, mas sua bancada na Assembleia Legislativa ainda não se definiu sobre o assunto, enquanto a da oposição já liberou todas as emendas para o estado usar na luta contra a epidemia.
Depois de criticar as medidas tomadas pelo Governo Federal e a opinião do Presidente Jair Bolsonaro, o governador baiano defendeu essas mesmas medidas, pregando que não haja bloqueio de estradas em lugar nenhum e "as restrições têm que ser progressivas e gradativas, de acordo com a evolução do surgimento de casos em cada um dos municípios".
"O fechamento dos terminais rodoviários, por exemplo, só determinei em cidades com casos confirmados. Cidades que não tenham casos confirmados podem manter algumas atividades, como feiras livres, e evitar medidas mais drásticas, inicialmente”, afirmou, depois de chamar Bolsonaro de "irresponsável" por defender estas providências.
“Nossa orientação não é fechar rodovias. Isso não ajuda em nada. Muito pelo contrário, pode causar problemas de abastecimento, pois precisamos manter a comunicação e a circulação daqueles que, nesse período, precisam de fato ir e vir, como pessoas que fazem tratamentos de saúde em municípios diferentes de onde residem”.
Rui Costa advertiu, no entanto, que certas atividades não devem ser retomadas em nenhuma localidade do território baiano. “As aulas de qualquer cidade não devem voltar porque as escolas concentram, diariamente, um volume enorme de pessoas. Dessa forma, apenas um aluno infectado pode passar para os demais colegas e familiares".