Ministro mostra o exagero de Itabuna
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, abordou na coletiva destra quarta-feira, a questão do confinamento total adotado por algumas cidades e foi claro ao considerar este procedimento errado sem um nível de casos alto. Ele explicou que as medidas devem ser paulatinas, subindo de acordo como o aumento do perigo.
Para ele, se a cidade tem poucos casos, deve manter apenas idosos e doentes em casa, orientando a população sobre as medidas de prevenção. Mandetta lembrou que é preciso haver transporte para as pessoas comprarem alimentos, para a circulação dos próprios profissionais de saúde e de segurança, por exemplo.
Mandetta considera desnecessário fechar o comércio em lugares sem casos ou com uma quantidade mínima. "Tudo é progressivo. Ao chegar num certo nível, aí voce pode pensar em isolar um bairro, em outro nível uma cidade". Ele condenou a maneira desordenada com que prefeitos fecharam tudo em locais sem necessidade.
Foi o exemplo de Itabuna, onde a falta de capacidade e preparo do prefeito levou a uma quarentena quase total, com todo o comércio e bancos fechados e o transporte urbano suspenso. A cidade teve apenas um caso confirmado, há semanas, e ainda assim ele foi importado e não gerou outros.
O governo do estado agiu com a mesma impetuosidade, baseada apenas no medo, proibindo o trânsito de ônibus entre Itabuna e Ilhéus, que funcionam como uma só cidade, com boa parte da população morando em uma e trabalhando em outra. Cada uma só tem um caso e ambos importados. Não havia razão lórica, racional, para a proibição.
A preocupação com medidas aloucadas dos prefeitos e governadores sobre a economia tem feito o Governo Federal defender uma política mais relaxada de quarentena, defendida por muitos cientistas, apesar das alegações da oposição de que "todos os cientistas mandam fechar tudo". A afirmação siomplesmente não é verdadeira.
A defesa por regras mais racionais tem o respaldo do Ministério da Economia, que prevê uma flexibilização gradual da quarentena a partir de 7 de abril, quando se completa o ciclo de 15 dias adotado nos locais com mais casos confirmados, em especial o estado de São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) determinou quarentena de 15 dias fechando tudo o que não era essencial. O Governo Federal defende que a medida não deve ser renovada. Mas bate de frente com a posição de Dória, que está claramente em campanha para a presidência em 2022 e tende a adotar medidas que a população ache melhor, certas ou não.