Estado requisita hospital em Itabuna

O Governo do Estado requisitou administrativamente, nesta terça-feira (31), o Hospital São Lucas, em Itabuna, para que seja utilizado no tratamento de pacientes com diagnóstico confirmado do novo coronavírus. A informação foi confirmada pelo governador e a decisão amparada no decreto nº 19.533, de 18 de março, que prevê a requisição administrativa de bens.

Equipes da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) e da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder) já estão no local avaliando as intervenções necessárias. A partir desta avaliação, será possível saber o custo da intervenção no hospital, que está fechado há algum tempo.

Ele atenderá exclusivamente pacientes com coronavírus de Itabuna e municípios vizinhos. O Hospital São Lucas dispõe de 100 leitos e, deste total, 20 serão usados como Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Localizada no sul da Bahia, Itabuna tem uma população de aproximadamente 200 mil habitantes e, até o momento, dois casos de coronavírus.

Também será instalada em Ilhéus, em parceria com a prefeitura, uma unidade para receber pacientes com diagnóstico da Covid-19, no Centro de Convenções. Em Jequié está em fase de negociação a implantação de um centro de atendimento e triagem no Hospital São Vicente. Em Ipiaú, uma UPA entrará em funcionamento nesta quarta-feira (1º).

Um dos motivos para requisitar o São Lucas foi a desistência da Prefeitura de Itabuna em deixar o Hospial de Base Luiz Eduardo Magalhães exclusivamente para atender pacientes de coronavirus. A reviravolta gerou o pedido de demissão do presidente da Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna (Fasi), mantenedora da unidade.

Juvenal Maynard Cunha se demitiu por discordar da volta do atendimento de urgência e emergência pela unidade. A Sesab tinha anunciado que o HB seria exclusivo para pacientes contaminados com o novo coronavírus.

A exclusividade de atendimento ao coronavirus não era consenso, porque hoje Itabuna só tem uma pessoa internada e, ainda assim, em outro hospital, o Calixto Midlej. Se fosse exclusivo para o virus, o hospital ficaria totalmente ocioso no momento, impedindo que pessoal e equipamentos atendessem os pacientes de outras doenças.

Juvenal defende a exclusividade. “Sinto-me na obrigação de formalizar tal pedido (exoneração)... especialmente por ter, no dia de ontem (segunda, 30), observado uma mudança de rumo muito perigosa no que se refere à condução das ações de enfrentamento ao flagelo do Coronavírus (Covid-19) no município e na região”, diz.

Segundo Maynard, o Hospital de Base "passaria a ser referência" no atendimento a "800 mil potenciais pacientes" do virus na microrregião de Ilhéus e Itabuna. No momento a cidade tem 2 e Ilhéus, 5. Para Juvenal, manter o HBLem só para pacientes de coronavirus impediria o contágio em pacientes de outras doenças.

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