MP-BA quer nova perícia em Adriano
O Ministério Público da Bahia solicitou nesta terça, à Justiça de Esplanada, uma determinação judicial ao Departamento de Perícia Técnica do Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro para que o órgão mantenha “intacto” o corpo de Adriano Magalhães de Nóbrega até a efetivação de novo exame pericial.
Segundo os promotores Dario Kist e Gilber de Oliveira, a medida deve ser adotada pela revogação do impedimento do enterro do ex-policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Rio de Janeiro como consequência da extinção, resultante de sua morte, de ações penais ajuizadas contra ele.
No pedido, os promotores afirmam que é necessário esclarecer "dados até o momento obscuros" sobre o momento em que o ex-policial foi morto. O novo exame deve ser feito pelo Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro (IML-RJ), para onde o corpo foi levado.
O MP quer saber a direção que os projéteis percorreram no corpo de Adriano; o calibre das armas utilizadas, a distância dos tiros e outras informações que os peritos acharem relevantes para a elucidação da morte do ex-policial.
"A informação assim obtida poderá auxiliar na elucidação da posição de Adriano e dos policiais no momento do confronto e, com isso, superar dúvida relevante em termos jurídicos e que se situam no âmbito ilicitude da ação dos agentes de polícia", diz o documento.
No pedido, o MP-BA entende que os exames periciais já foram feitos, mas argumentam que a cremação pode impossibilitar novas investigações. A morte do ex-PM se deu após ser atingido com um tiro de fuzil e outro de carabina.
Os disparos foram efetuados por dois policiais militares da Bahia, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), durante operação no domingo passado. Adriano era apontado como chefe do Escritório do Crime e suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro.
O advogado da família de Nóbrega, Paulo Emílio Catta Preta, afirmou aos jornalistas que a família suspeita da primeira versão dada pela Polícia Militar da Bahia, de que ele foi morto ao reagir e trocar tiros durante uma operação policial que visava prendê-lo.