24% têm reserva ovariana reduzida
Quando um casal decide procurar ajuda médica para conseguir engravidar, um dos motivos pode ser a baixa ovariana, a diminuição na quantidade de óvulos disponíveis no corpo da mulher para a fecundação. A diminuição progressiva da quantidade e da qualidade dos óvulos ao longo da vida é um fato concreto.
Mas a fecundidade ainda varia significativamente entre as mulheres de uma mesma faixa etária. Uma grande parcela permanece com ciclos menstruais normais até chegar próximo à menopausa, tornando-se um desafio deduzir suas chances de concepção.
“Mesmo com tantas mudanças na sociedade ao longo dos anos, infelizmente o corpo da mulher ainda continua sendo gerido pelo tempo. A idade – até 35 anos - ainda estabelece o tempo ideal para uma mulher gerar um bebê. Isso, claro, dentro do ponto de vista biológico".
"O que acaba gerando um conflito de interesse entre o ritmo de vida da mulher moderna, que tende a ‘espichar’ o sonho da maternidade”, comenta Dr. Agnaldo Viana, médico do IVI Salvador. Em estudo realizado pela IVI Espanha, foram oferecidas análises gratuitas para mulheres conhecerem sua reserva ovariana.
Foi uma campanha para determinar o hormônio antimülleriano (AMH) destinado a mulheres entre 25 e 38 anos, interessadas em saber em que ponto estava sua fertilidade. E a principal conclusão tirada do estudo foi de que 24% das mulheres entre 30 e 34 anos têm níveis de reserva ovariana considerados reduzidos.
Por outro lado, das mulheres com menos de 30 anos, 12% tinham baixa reserva ovariana e, entre as maiores de 35 anos, o percentual de baixa reserva subiu para 33%. Mais de 3.000 mulheres fizeram parte deste estudo e no final 10% optaram pelo tratamento reprodutivo (preservação da fertilidade ou fertilização in vitro).
A medicina vem desenvolvendo diversos métodos que auxiliam na análise dessa reserva, e o hormônio antimülleriano (AMH) é um deles. Muito utilizado atualmente, ele também é chamado de Substância Inibidora Mülleriana (MIS), e é um marcador da reserva ovariana usado em técnicas de reprodução assistida.
Produzido pelas células do ovário, ele desempenha uma importante função na fisiologia ovariana, regulando o crescimento e desenvolvimento dos folículos (foliculogênese) durante a vida reprodutiva. Sua presença no corpo da mulher se inicia com o nascimento e a acompanha até a menopausa.