"Não é Não" já chega a 15 estados

A campanha "Não é Não", contra o assédio no carnaval, criada em 2017 por um coletivo de mulheres, vai chegar neste ano a 15 estados, incluindo Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí, Paraíba e Espírito Santo, que participam pela primeira vez da ação.

O coletivo distribui tatuagens temporárias com os dizeres "Não é Não", faz palestras e rodas de conversa para conscientização sobre o tema. Em entrevista à Agência Brasil, a estilista Aisha Jacon, uma das criadoras da campanha, disse que o balanço da ação é positivo.

“A gente vê uma adesão super expressiva e entende que o assunto tem de ser tratado. Há uma lacuna”, afirma. Em 2017, foram distribuídas 4 mil tatuagens; no ano passado, esse número evoluiu para 186 mil. Para o carnaval de 2020, a meta é produzir 200 mil tatuagens.

Aisha Jacob reconheceu, entretanto, que tudo vai depender da verba que for obtida por meio do financiamento pelo site do coletivo. “É preciso que haja mais contribuições de pessoas físicas mesmo”. Sobre os apoios, Aisha disse que tem de tudo.

”Desde apoio, homem que acha incrível e contribui (financeiramente), como tem aqueles que incomodam bastante”. Ela vê a campanha como um projeto de reeducação geral. “É fazer entender que assédio não é legal. É diferente de paquera. É um processo. Não vai ser do dia para a noite que a gente vai conseguir”.

Um dos projetos que depende de apoio financeiro para se expandir abrange palestras e rodas de conversa em escolas e universidades. Até o momento, as voluntárias visitaram algumas escolas e faculdades em alguns estados. “É o lugar que a gente mais gosta de estar como projeto”.

Aisha mencionou o retorno que o projeto teve em uma escola em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde as alunas relataram terem sofrido uma situação de assédio, que levaram para a diretoria. “Elas conversaram com o menino e conseguiram fazer um movimento dentro da escola de forma diferente”.

No manifesto contra o assédio, o coletivo salienta que “O corpo é uma festa mas não é público! O corpo é nosso e não está disponível a quem queira. Não aceitamos nenhuma forma de assédio: seja visual, verbal ou física. Assédio não é elogio. Assédio é constrangimento. É violência!" (Abr)

8:35 PM  |  


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