Manguezal com óleo já está perdido
Os manguezais do Extremo-sul da Bahia foram os mais afetados pelo óleo que atingiu grande parte do litoral baiano e do Nordeste desde agosto. O estudo do GT6 foi coordenado pela Dra. Yara Novelli, da Universidade de São Paulo, e apontou que após a chegada do óleo ao manguezal não é possível limpar.
Os resultados foram apresentados durante reunião, na quinta-feira, no
Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira (foto), atracado
em Salvador, com a participação de pesquisadores e cientistas que apoiam
à Coordenação Científica do Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA).
O GAA atuou nas ações de combate às manchas de óleo. O encontro foi para discutir medidas que podem ser tomadas e procedimentos que permitam ações mais rápidas em incidentes semelhantes. Pelo menos 25 pesquisadores estiveram no navio, desde outubro, analisando o material coletado.
Por 45 dias a embarcação percorreu do Parque Nacional de Abrolhos, na Bahia, até Fortaleza (CE). A pesquisadora da USP disse que primeiro tem que se evitar que o óleo chegue ao manguezal. Uma vez que chegou, não tem como limpar, independente do tipo do óleo, porque ele cobre tudo.
"Os animais atingidos por esse material são mortos, pois não conseguem realizar a troca gasosa. Todo dia a água vai trazer mais areia, que vai cobrindo os locais com óleo, e em uma semana você já não sabe onde estava o óleo."
A pesquisadora também lembrou de outros manguezais afetados pelo óleo há cerca de 30 anos. Ainda é possível encontrar resquícios. "Em uma área que trabalhei nos últimos 30 anos, para pegar amostras, colocamos um recipiente para tirar o sedimento e, quando tiramos, estava lá o óleo. Isso até hoje e aconteceu em 83".
O capitão de fragata e comandante do navio, Marcio Gomes, contou que as ações realizadas pelo navio, além da vigilância visual e verificação da presença de grandes manchas de óleo na superfície, também foi responsável por pegar amostras de água e do fundo do mar.