Lukas Paiva pode perder o mandato

O vereador Lukas Paiva queria aguardar seu julgamento atuando na Câmara de Ilhéus. Mas na segunda-feira o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Alex Venícius Campos Miranda, afastou Paiva de novo, desta vez por dias e com a indisponibilidade dos bens dele.

Apesar de receber o salário de vereador mesmo preso, Lukas Paiva pode ter o mandato cassado se faltar ao trabalho por 60 dias, como aconteceu com Jamil Ocké. Paiva responde a processo por crimes como superfaturar as despesas com o INSS para distribuir o restante com as outras pessoas da quadrilha.

O ex-tesoureiro Humberto Nascimento de Oliveira deu um depoimento explosivo ao MP, dentro da Operação Xavier. Exonerado por Lukas Paiva em janeiro de 2017, Humberto conta que a razão foi sua recusa em participar dos esquemas com a contabilidade e deu três exemplos.

Num, Lukas exigiu que o contador incluísse seu pai, Marcos Paiva, de forma retroativa, como optante do INSS, que ele não recolhia. Outro pedido foi para que Humberto lhe desse as senhas do ticket alimentação dos assessores para pagar suas compras no Itão.

No terceiro exemplo, Paiva queria receber de Humberto o cheque salarial de seu assessor Silmar. Humberto negou todos os pedidos e foi demitido. Este caso corrobora a denúncia, do MP, de que existia um esquema onde assessores ganhavam bem acima do salário normal e a diferença era desviada para pagar pessoas de fora.

A fraude é facilitada pela cota de R$ 10 mil que cada vereador tem para assessores. Um deles, Osman Antônio Oliveira, o Manzo, contratado no gabinete do vereador Luis Carlos Escuta, é uma testemunha chave no inquérito do MP. Manzo deu vários depoimentos aos promotores, detalhando o modos operandi da quadrilha.

Ele contou ainda que foi ameaçado pelos vereadores Aldemir Almeida (PP) e Lukas Paiva (PSB), e seus assessores, para que dificultasse as investigações. Por causa destas ameaças, Manzo foi ao promotor Frank Ferrari para relatar tudo o que sabia.

7:25 PM  |  


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