Marinha inicia a Operação Unitas
A Marinha do Brasil começou, nesta segunda-feira (19), a 60ª Operação Unitas, que termina no dia 30. O exercício marítimo multinacional, organizado pelos Estados Unidos, é o mais antigo deste tipo e ocorre desde 1959. A intenção é incrementar a interoperabilidade entre as Marinhas e estreitar os laços de cooperação.
A operação passou a ter formato anfíbio desde 2008. Na edição deste ano, no entorno do Rio de Janeiro, a Unitas terá duas partes: a marítima (Unitas Lant) e a anfíbia (Unitas Amphibious), que vai incluir a simulação de ajuda humanitária a partir de uma operação de desembarque anfíbio, dia 27, na Ilha da Marambaia.
“As Forças Armadas de todo mundo são utilizadas na ajuda humanitária, no caso de um desastre natural ou alguma coisa deste tipo. As Forças Armadas, pela sua capacidade logística, operação rápida e mobilização, sempre serão utilizadas, como no terremoto do Haiti”, diz o comandante da 2ª Divisão de Esquadra, contra-almirante Luiz Roberto Cavalcanti Valicente.
Segundo o militar, que também comanda o Grupo-Tarefa da Unitas 2019, ao todo serão empregados mais de 3.300 militares de países das Américas e convidados extra-continente de Portugal, Reino Unido e Japão. “É uma oportunidade única de mostrar que nossas marinhas operam juntas”.
A operação vai ter a participação de unidades navais, aeronavais, aéreas e de Fuzileiros Navais do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Paraguai e Peru. “Existe uma ordem de operações permanente que todos os países do continente conhecem".
"De acordo com o ano, alguns países participam ou não, mas todos são integrantes da Unitas. Com relação aos extra-continente, o convite é pontual. Não podemos convidar todo mundo e são feitos contatos bilaterais. Neste ano, o adido do Japão no Brasil pediu para participar”.
O contra-almirante nega que o perfil da operação mudou com a inclusão de ações conjuntas contra o crime e, por isso, deixado os exercícios de guerra. “Na verdade, o que mudou não foi o foco da Unitas. Acho que o que vem evoluindo, mudando, é o mundo".
"Hoje existe uma preocupação real das Marinhas de todo o mundo, com a guerra simétrica e o controle de área marítima. A única operação das Nações Unidas marítima, da Unifil no Líbano, exercita o controle de uma área marítima. A inspeção dos barcos que entram e saem de uma área controlada no mar territorial libanês”.
Segundo Valicente, durante a operação deste ano haverá ainda exercícios de guerra convencional, como a de submarinos, empregando inclusive a aeronave de patrulha marítima e antissubmarino P-8 Poseidon, dos Estados Unidos, as brasileiras Orion P-3AM e Skyhawk (AF-1). (Abr)





