Bahia está sem selo de bom pagador
A crise fiscal que atinge os governos regionais fez com que, neste ano, 17 estados não tenham direito a uma espécie de selo de bom pagador emitido pelo governo federal, incluindo a Bahia, apesar do governador Rui Costa (PT) repetir a toda hora que o estado "está com as finanças em dia". Não está.
Sem o selo, os governadores não têm direito a fazer empréstimos com garantia da União. Relatório do Tesouro Nacional divulgado nesta quarta-feira (14) aponta ainda que outros 6 estados que hoje possuem a certificação correm o risco de perdê-la no ano que vem.
A partir da avaliação das finanças estaduais, com análise de itens das receitas e despesas e levando em conta limites estabelecidos pela lei, o Tesouro emite a nota da Capag (capacidade de pagamento). Estados com notas A e B podem contrair empréstimos de bancos e outras entidades com garantia da União.
O aval do governo federal viabiliza operações a juros mais baixos. Por outro lado, estados com notas C e D, pelo elevado risco de não honrarem suas dívidas, não ganham o mesmo benefício. De acordo com o relatório divulgado nesta quarta, o único estado com nota A é o Espírito Santo.
Dos nove estados com nota B, seis deles -Acre, Pará, Paraíba, Piauí, Paraná e São Paulo- apresentam chances altas de rebaixamento. “Para esses Estados, faz-se necessário esforço maior em aumentar a receita e cortar gastos”, diz o documento.
Em relação ao ano passado, o único estado que melhorou a nota foi o Piauí, que passou de C para B. Outros dois, Amapá e Rondônia, caíram de B para C. As piores avaliações estão com Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os três com nota D.
Os três estados passam por grave crise. O Rio de Janeiro já aderiu ao regime de recuperação fiscal, programa que permite uma suspensão de pagamento da dívida com a União em troca de medidas de ajuste. Minas e Rio Grande do Sul ainda negociam a adesão ao programa.
O Tesouro ressaltou que a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência é “fundamental” para a retomada do equilíbrio fiscal. Originalmente, os governos regionais integravam a proposta do governo, mas, a pedido deles mesmos, foram retirados do texto já aprovado pela Câmara dos Deputados.
Agora, discute-se a inclusão de estados e municípios numa PEC (Proposta de Emenda à Constituição) paralela, de modo a não atrasar a votação da reforma no Senado. Segundo o relatório, o custo da Previdência para os estados chegou a R$ 101,3 bilhões em 2018, alta de 8% sobre 2017. Com Diário do Poder.





