Alunos gastam metade com estudos
Uma pesquisa realizada pela Companhia de Estágios, consultoria especializada em programas de estágio e trainee, mostra que 28% dos estudantes gastam mais da metade do orçamento com os estudos. Além disso, 29% afirmam que as mensalidades comprometem um terço da renda mensal.
O levantamento intitulado como “O perfil do candidato a vaga de estágio – 2019” mostra também que 22,5% dos alunos têm os estudos pagos pelos familiares, já 16% dos entrevistados estudam em universidade pública, enquanto 13% são contemplados com bolsa integral.
Embora seja comum no mercado de trabalho profissionais buscarem por vagas que ofereçam salário mais alto e cesta de benefícios, quando se trata de estágio, esse cenário muda. De acordo com o mesmo levantamento, 73% dos estagiários valorizam mais a oportunidade de aprendizado que a modalidade pode oferecer.
No entanto, para 31% a principal desvantagem é a remuneração. Segundo o diretor da Companhia de Estágios, Tiago Mavichian, na hora da busca por uma oportunidade, alguns jovens veem a remuneração como um empecilho, por ser, muitas vezes, abaixo dos custos mensais que eles possuem com a universidade.
“O aprendizado deve sempre ser uma prioridade nesta fase. Mas, certamente, a bolsa-auxilio também é avaliada, e para aqueles que arcam com as mensalidades da faculdade, fazer essa mudança nem sempre é fácil”, explica Mavichian.
O estudo levantou que apenas 9% possuem uma bolsa-auxílio acima de R$ 1.500. Outros 51% ganham até R$ 998,00. Para 16% dos entrevistados a bolsa auxilio é de até R$ 1.500, para 20% até R$ 1.200. Somente 4% não possuem nenhuma remuneração, mas isso só pode ser aplicado em caso do estágio curricular obrigatório.
Fazer a escolha de sair de um emprego que banca os custos da universidade e migrar para um estágio para finalmente entrar na área, não é nada fácil, especialmente quando a vaga ocupada no momento oferece uma remuneração melhor que o estágio.
“Nesta situação, é comum o jovem ficar indeciso. Mas fazer o estágio é importante, não apenas pelo aprendizado em si, mas também para ter melhor visibilidade no mercado quando estiver formado e, consequentemente, ter mais competitividade no salário”, detalha Mavichian.





