Greve continua e parece combinada
A greve dos ônibus em Itabuna deve durar, pelo menos, até quinta-feira, data para a qual foi marcada uma audiência na Justiça do Trabalho. A greve completou 9 dias e, desde sexta, nem os 30% da frota que deveriam estar nas ruas, por lei, foram mantidos.
Os rodoviários alegam que pararam tudo porque não receberam os salários de maio. A categoria cobra 9% de reajuste no tíquete alimentação e 5% no salário. As empresas São Miguel e Sorriso da Bahia acenam com reajuste de apenas 2% e só se houver aumento da passagem.
As empresas pedem uma passagem de R$ 3,80. A situação é parecida com a de outros anos. Os rodoviários entram em greve e as empresas exigem reajuste da passagem para aumentar os salários. Depois a prefeitura dá um aumento um pouco menor do que as empresas pediram, porém ainda muito acima da inflação.
Isto aconteceu nas gestões anteriores do atual prefeito e na de José Nilton Azevedo. A exceção foi a gestão de Claudevane Leite, que abriu licitação para o serviço pela primeira vez na história local. O grande número de gratuidades já existia quando as empresas entraram na concorrência.
Este ítem foi levado em conta na definição do preço máximo da passagem que as empresas vencedoras poderiam praticar. Hoje, as empresas e o prefeito, num discurso combinado, citam a gratuidade como desculpa para aumentar a passagem mais que a inflação.
A declaração do prefeito Fernando Gomes mostra que a comissão anunciada pela Procuradoria Geral do Município para "estudar o aumento" não tem função alguma, pois a decisão será apenas dele. Além de estudantes e trabalhadores, o comércio já sente os efeitos da greve, em plena semana do Dia dos Namorados.