UBS tem horta de plantas medicinais
Um grupo de funcionários da Unidade Básica de Saúde do bairro Hernani Sá, em Ilhéus, implantou uma horta de plantas mediciais que chamam de "Farmácia Viva", em parceria com professores e estudantes da Faculdade de Ilhéus. A plantação fica nos fundos da UBS.
Ela é coordenada pela enfermeira Juliana Rocha (servidora municipal) e a professora Aldecy Bezerra, da Faculdade de Ilhéus. As duas são mestres em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, pós-graduadas pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) de São Paulo.
A primeira etapa foi limpar o terreno e preparar o solo. Hoje começam a plantar. O projeto vai oferecer à população plantas para uso medicinal que fazem parte do Caderno de Atenção Básica nº 31 do Ministério da Saúde. Juliana explica que em todas as etapas serão praticados conceitos da sustentabilidade.
A água dos aparelhos de ar condicionado, normalmente não aproveitada, será usada para regar as plantas, seguindo e melhorando o programa, criado em Fortaleza (CE) pelo professor e farmacêutico Francisco José de Abreu Matos. O objetivo é oferecer terapias alternativas e complementares com as plantas.
Juliana pesquisou a circulação de conhecimentos tradicionais e de plantas no bairro Nossa Senhora da Vitória e descobriu que há uma relação importante com as plantas de uso terapêutico, plantadas e colhidas nos quintais. Essa interação acontece nas proximidades de uma floresta repleta de medicações naturais.
Há ainda a influência de aldeias indígenas e do trabalho da Pastoral da Saúde da Igreja Católica, cuja responsável era a Irmã Benardete (falecida em 2017). Por meio de oficinas, a freira levou conhecimento sobre as plantas a diversos moradores dos bairros de Ilhéus.
"Conhecer as plantas, saber como plantá-las, reconhecer o melhor momento da colheita e manejá-las com os devidos cuidados possibilita a valorização da flora como um serviço ambiental e ecossistêmico, além de estimular hábitos saudáveis na população," afirma Juliana Rocha.
"Cultivar plantas medicinais nativas da mata Atlântica ou espécies adaptadas ao solo local, além de propiciar bem-estar, favorece o surgimento de ilhas de diversidade de plantas medicinais, dentro das zonas urbanas. Infelizmente, com a destruição das florestas, muitas plantas podem desaparecer”. (Com Blog do Gusmão)
