Moro defende liberdade de imprensa

Em uma semana marcada pela censura imposta pelo STF contra um site que publicou notícia baseada em documentos da própria Justiça, o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que a “imprensa livre é fundamental para uma democracia” e tem papel essencial num país.

Porém ele observou que existem outros canais que podem ser usados, como sua recente experiência no Twitter. Moro deu as declarações em entrevista à jornalista Roseann Kennedy, na estreia do programa Impressões, que vai ao ar nas terça-feira, às 23 horas, pela TV Brasil.

Novato nas redes sociais, Sergio Moro escolheu o Twitter para ter uma comunicação direta com a população, sem a necessidade de intermediadores. Ele estreou neste mês e, em 15 dias, já tem mais de 600 mil seguidores. Moro percebeu, porém, que as redes sociais, muitas vezes, têm um ambiente belicoso e aconselha.

“Tem de tomar um pouco de cuidado. Não pode ter aquele duplo padrão de comportamento, em que você é um fora da rede social e dentro da rede social você se transforma. Tem que pensar assim: você falaria para aquela pessoa isso que você está escrevendo na rede social se estivesse frente a frente?”

Com os memes, ele não se incomoda e até sorri das brincadeiras, desde que não sejam de mau gosto. “Aquela pessoa que não consegue rir de si mesmo tem algum problema”. Um dos objetivos do ministro é aproveitar o ambiente virtual para explicar detalhes do pacote anticrime enviado pelo governo ao Congresso.

Moro disse esperar que o pacote seja aprovado até o fim deste ano e admitiu a possibilidade de aprimoramento da matéria durante as discussões. “É natural que dentro do Congresso haja um tempo de deliberação. Haja possibilidade de aprovação total ou rejeição parcial".

Embora defenda que sua atuação no ministério seja técnica, Moro sabe que agora também precisa fazer articulação política e diz que não há problema nisso. “Não tem nada negativo de ter a necessidade de conversar, de dialogar, de convencer, de ouvir bastante, para implementação dessas políticas públicas".

O ministro revelou estar gostando da proatividade no Executivo e que, por hora, não sente saudades do trabalho de magistrado. “Como juiz a sua postura é muito mais passiva. Você decide as questões que as pessoas colocam perante o juiz. Como ministro eu posso ter iniciativa e coordenar políticas públicas mais abrangentes”.

18:05  |  


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