Hanseníase passa para as crianças

A hanseníase é uma doença crônica e transmissível que ainda circula na Bahia. As características mais comuns são o aparecimento de manchas na pele que podem evoluir para a deformação de membros e até sequelas no sistema neurológico. Só no ano passado, 1.997 novos casos foram notificados no estado.

O último levantamento da Secretaria de Saúde revelou que, dos casos, 115 atingiram jovens e crianças. Diego dos Santos da Conceição, hoje com 23 anos, fez parte dessa estatística. Ele percebeu a primeira mancha aos 10 anos, mas acreditava ter outra doença, menos agressiva. O diagnóstico só veio seis anos depois.

“Uma mancha branca. Eu achava que era pano ou até outra coisa, mas quando eu apertava no local em que tinha a mancha eu não sentia dor nenhuma. Podia cortar até com uma faca que eu não sentia dor. Eu vim descobrir porque a minha família me mandou fazer o exame, suspeitando que eu estava com algum problema".

O jovem não imaginava que poderia estar contaminado, já que na época em que percebeu a primeira mancha o pai, que teve a doença, já havia terminado o tratamento e estava curado. De acordo com a sanitarista do Grupo Técnico Hanseníase da Sesab, Cristiane Ribeiro, a infecção é explicada pela exposição prolongada à bactéria.

“Quando começa a aumentar essa ocorrência em menores de 15 anos, o significado é que a doença está sendo transmitida. Porque ela tem um período de encubação bem longo, podendo ser de até 10 anos, então se uma criança de 2, 3 ou 8 anos já está com sintomas, é porque tem muito tempo que ela está sendo exposta".

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